O Calibre 10mm Auto

É sabido que as polícias americanas sempre tiveram a tendência de adotar para seus serviços a mesma arma de porte que era regulamentar para suas Forças Armadas.
Quando o velho .38 Spl ainda era de uso militar, as polícias o adotaram. Posteriormente, migraram para a venerável 'bocuda' .45 ACP, e as polícias seguiram a moda. Mais tarde, lá pelos anos 60, as FFAA adotaram a 9 mm Para, e as polícias/agências de segurança (FBI, CIA, ATF, DEA, etc) foram no vácuo.
Ocorreu que, para uso policial, rapidamente foi constatado que a 9 mm Para, embora um excelente cartucho para uso militar, não era adequada para uso policial. Por mercê de sua alta velocidade, projétil relativamente fino, trajetória tensa e extrema penetração, não era apropriada para o serviço policial.
Por conta disso, parece-me que uma dessas agências de segurança (FBI), solicitou aos fabricantes de armas e munições o desenvolvimento de um calibre que reunisse as vantagens e minimizasse as desvantagens dos calibres .45 ACP e 9mm Para. Foi criado então o 10mm Auto.
Logo, contudo, se percebeu que o 10mm Auto era inadequado. Embora ficasse no meio termo, em padrões de medida, entre o .45 ACP e o 9mm Para, ele apresentava um violento recuo, estampido pior ainda e um efeito devastador em termos de perfuração. Aspectos absolutamente inadequados para o uso pretendido, que era o policial.
Foi solicitado, por consequência que fosse desenvolvido novo cartucho. Como criar coisa nova é difícil e gasta dinheiro, a S&W matreiramente simplesmente encurtou o 10 mm Auto, reduziu sua carga, alterou o padrão de espoleta, e criou o .40 S&W, em uso até hoje.
Por conta disso, o 10 mm Auto caiu no ostracismo, e ainda hoje é muito pouco usado, embora tenha uma balística excepcional.
Outro detalhe é que por conta dessa extrema potência, a erosão do cano/câmara é acelerada, e a arma fica imprestável com poucos milhares de disparos.

Comparativo do 10mm Auto com outras munições
Veja mais no vídeo abaixo:
Créditos (Imagem de capa): Magtech
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