O número de armas de fogo furtadas da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), na área central do Recife - PE, é três vezes maior do que havia sido informado pela Polícia Civil de Pernambuco. Em um documento interno da corporação, assinado pelo delegado Adelson Barbosa, aponta que no total foram 1.131 armas, sendo pistolas, revólveres e metralhadoras. Todas elas desapareceram da delegacia.
O furto foi descoberto por um comissário responsável pela manutenção e conserto delas em janeiro de 2021, logo após ele retornar de férias. Na ocasião, um inquérito policial foi instaurado e uma auditoria foi realizada pra identificar o número exato do desvio. Em agosto do mesmo ano, após uma operação que prendeu cinco policiais civis suspeitos de envolvimento no esquema criminoso, a chefia da Polícia Civil fez uma coletiva de imprensa e anunciou o número de 326 armas subtraídas.
Entretanto, segundo aponta um documento interno da própria corporação, de fevereiro do ano passado, ao todo foram 1.131 armamentos furtados e não 326 que tinha sido informado anteriormente. A informação sobre o número de armas roubadas foi publicada pelo Jornal do Commercio e confirmada pelo g1, que teve acesso à lista de todas os revólveres, pistolas e metralhadoras e roubadas.
Segundo esse documento interno, a lista das armas furtadas da Core foram as seguintes:
- 15 metralhadoras modelo Famae;
- 2 metralhadora SMT40;
- 43 pistolas PT24/PRODS;
- 29 pistolas PT840;
- 23 revólveres calibre 38;
Que eram pertencentes à Academia Integrada de Defesa Social.
- 33 metralhadoras SMT40;
- 22 metralhadoras Famae;
- 11 pistolas PT840;
- 64 pistolas PT-24/7;
- 3 pistolas PT-24/07;
- 5 pistolas PT-101;
- 377 pistolas PT-940;
- 505 revólveres calibre 38.
Que estavam rmazenadas no depósito da Core:
No total foram 528 revólveres, 532 pistolas e 71 metralhadoras que foram furtadas com a ajuda de comissários e agentes de um galpão da corporação que fica no bairro de São José, no Centro do Recife, além de cerca de 3 mil munições.
Segundo a Polícia Federal, nenhuma das armas roubadas foi recuperada.
O que diz a polícia
Por meio de uma nota a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) se pronunciou sobre o caso. No texto, declarou que "o número de 326 armas subtraídas, apresentado em coletiva de imprensa, foi resultado de uma auditoria criteriosa realizada no setor de armaria do Core".
Disse que o "trabalho contou com a participação de seis policiais que, após criação do novo sistema, fez os levantamentos nas unidades da PCPE que possuíam armamentos acautelados, bem como policiais que as tinham a título de carga pessoal, tendo os mesmos comparecido ao Core e procedido o recadastramento".
A polícia disse que não houve mais armas roubadas: "O próprio ofício do delegado já destaca a necessidade de confirmação posterior daquele número, pois foi enviado de maneira preliminar e precária, baseada em planilhas que não estavam atualizadas, afirmando que as armas do anexo "não foram localizadas" e que havia indícios ou suspeitas de que poderiam ter sido subtraídas".
Ainda na nota, a corporação explicou que "muitas das planilhas eram produzidas e editadas pelos próprios indiciados, sendo um dos meios dos quais se utilizavam para a perpetração dos delitos".
Além disso, declarou que o roubo de armas do Core foi investigado e que o inquérito foi remetido à Justiça. Também citou a Operação Reverso, que cumpriu 18 mandados de prisão e 22 de busca e apreensão, no dia 12 de agosto de 2021, contra suspeitos do crime.
"Além de investigar e punir com rigor, no âmbito criminal e administrativo, a Polícia Civil realizou um amplo inventário de materiais apreendidos e adotou novos protocolos de segurança, de modo a evitar que fatos como este voltem a ocorrer", afirmou a corporação, no texto.
Em breve mais notícias relacionadas ao caso.
Comentários: