Walther - Conheça a sua história
No longínquo ano de 1592, nas florestas da Turíngia, armeiros e artesãos se reuniram para formar duas comunidades; uma delas foi denominada de Zella e a outra, Mehlis. Muitos anos depois, em 1886, quando essas duas comunidades já estavam unidas com o nome de Zella-Mehlis, um jovem com 26 anos de idade, Carl William Freund Walther (1858-1915) abriu a sua oficina de armas.

Carl Walther
Dela se originou uma das mais importantes e criativas empresas do ramo de fabricação de armas na Europa, a atual Carl Walther G.M.B.H. Sportswaffen, hoje mundialmente reconhecida pela alta qualidade, tecnologia e acabamento de seus produtos..
O interesse inicial de Carl Walther foi, na verdade, suprir o mercado da época com armas longas, como fuzis e carabinas para o esporte da caça e do tiro de precisão, produtos que ele começou a produzir em Zella-Mehlis. Apesar de que, durante toda sua vida, Walther tenha produzido algumas armas de pequeno porte, foi só pouco antes de sua morte que uma pistola, projetada por seu filho Fritz, conquistou sucesso comercial, lançada em 1908 nos calibres 6,35mm e posteriormente em 7,65mm Browning. Nesta época, as belgas FN 1900 e 1906, bem como as alemãs Mauser WTP vendiam muito bem na Europa, e a Walther também teve a sua parcela de sucesso neste mercado.
Nesta ocasião, na Walther, tornou-se costume numerar os lançamentos dessas armas, consecutivamente. O modelo 1, por exemplo, era uma pequena pistola “blow-back”, ou seja, mecanismo que não utiliza o sistema de culatra trancada, para o pequeno cartucho 6,35mm (.25 Auto).


Acima, as pistolas Walther Mod. 1 e Mod. 2
Sua mola recuperadora situava-se sob o cano, solução similar à sua concorrente FN 1906. No modelo 2, lançada em 1909, optou-se em utilizar a mola recuperadora envolta no cano, idéia que permite um perfil mais baixo, munida de um “plug” roscado na parte frontal, de onde se podia retirar a mola para iniciar a desmontagem.
Com o sucesso nas vendas, a Walther apostou no mercado de armas mais potentes, surgindo então a modelo 3, que na verdade era idêntica à modelo 2, só que com uma estrutura mais reforçada e maior, em calibre 7,65mm Browning, optando agora por uma janela lateral para ejeção do cartucho ao invés de uma abertura de grande dimensão no ferrolho. Foi a primeira pistola da Walther a utilizar esse cartucho.

Na foto, Fritz Walther
Com a eclosão da I Grande Guerra, a grande demanda por armas fomentou o mercado e a Walther foi uma das mais importantes fornecedoras de armas para uso neste conflito. Os modelos que surgiram nesta ocasião foram o 4 e o 5, em calibres 7,65mm Browning.
O modelo 4 possuía uma espécie de bucha prolongadora na parte frontal, que permitia o uso de um cano mais longo, uma idéia similar à que foi usada posteriormente pelas Brownings modelo 10/22. O modelo 5 era inspirado no modelo 2 mas era mais elegante e esguia, em calibre 6,35 mm.
Nesta época, armas com calibres de diâmetro em torno de 9mm não eram só utilizadas pelas forças armadas da Alemanha, que adotavam o potente e eficiente 9mm Parabellum, usados nas Luger P-08 e nas Mauser C96. O resto da Europa também o fazia, com cartuchos mais ou menos similares; a Áustria com sua Steyr Hahn 1911, a Bélgica e Espanha com as Bergmann Bayard, a Inglaterra com a Webley e a Browning 1903. Porém, todos esses cartuchos não eram adequados ao sistema Walther de então, cujas armas, ainda no sistema “blowback“, não suportavam cartuchos mais potentes. Veja mais sobre sistema de culatras em armas curtas, aqui neste site.

O modelo 4 com seu prolongamento, permitindo um comprimento de cano maior.
Mesmo assim, estranhamente, a Walther lançou o seu modelo 6 em 9mm Parabellum em 1915, uma arma que, na verdade, era a modelo 4, porém mais reforçada. Apesar dos engenheiros terem utilizado uma mola recuperadora muito mais forte, o suficiente para manter a culatra fechada até que a alta pressão do cartucho 9mm Parabellum baixasse a níveis seguros, reportaram-se diversos problemas de quebra de peças nessas armas, em campos de batalha. Ainda tem que se levar em conta o fato de os cartuchos 9mm Parabellum da época eram menos potentes do que os atuais, mas mesmo assim, perigosos para uso em armas sem fecho de culatra.

A Walther modelo 5
Devido à grande diferença existente entre vários cartuchos deste calibre, desde o fraco 9mm Glisenti até os 9mm Parabellum utilizados nas sub-metralhadoras Beretta, atingindo pressões que beiram as 24.000 libras/pol², é bastante arriscada a utilização dessas armas com munições modernas. Mais seguro é mantê-las como peças curiosas e de coleção, sòmente. Entretanto, em 1917 a Walther parou a fabricação do modelo 6 em 9mm Parabellum e recalibrou a arma para o cartucho .380 ACP, ou 9mm Kurtz, e aí sim, a pistola se tornou uma arma bastante confiável.

Acima, Walther Mod. 6 calibre 9mm Browning Curto, o atual 380 ACP, depois da problemática Mod. 6 em 9mm Parabellum
A sua sucessora, o modelo 7 era, na verdade, apenas uma versão menor da modelo 6 em calibre 6,35mm, arma que teve muita aceitação por oficiais e membros de órgãos de segurança, como pistola de uso dissimulado. Apesar da boa aceitação de suas armas, em 11 de novembro de 1918 a Walther interrompeu a fabricação de armas e dedicou-se ao fabrico de materiais óticos de precisão, sob a supervisão das potências vencedoras do conflito. Dezoito meses depois, e devidamente fiscalizada pela Liga das Nações, a Walther retomou suas atividades no fabrico de armas leves.

A pistola Walther modelo 7
Os anos 20 consolidaram ainda mais a Carl Walther, com Georg Walther dirigindo a produção e Erich Walther encarregando-se das vendas. Devido às restrições do Tratado de Versalhes, a Alemanha só podia produzir armas pequenas e com potência limitada. Desta feita, foram lançados os modelos 8 e 9, em calibres 6,35mm, armas com inovações de projeto que já anunciavam o que viria pela frente, alguns poucos anos depois. O modelo 8 seguia, em vários aspectos, a tendência de estilo das pistolas de Browning. Desde o lançamento do modelo 8 até 1936, quando a Walther celebrou seu cinquentenário, se fabricaram mais de 200.000 pistolas deste tipo e continuaram a sua produção até a chegada do Exército Americano em Zella-Mehlis, em 1945.

A pistola Walther modelo 8

Outro exemplar da pistola Walther Mod. 8 vista do seu lado esquerdo
Os modelos PP e PPK
Em 1929, a Walther lança o modelo PP, cujas iniciais significam “Polizei Pistole“, ou seja, pistola policial. Foi sem dúvida alguma o mais importante lançamento da Walther no período entre guerras, desenvolvida pelo engenheiro Fritz Walther. Até meados de 1945 a produção da casa supriu grande parte das necessidades das forças militares e policiais, tanto no modelo PP como de sua derivação mais curta, lançada em 1931, o modelo PPK, que significa “Polizei Pistole Kurz“, denominação que acredito ser a mais correta, ou “Polizei Pistole Kriminalmodell“, como preferem alguns autores.


Dois exemplares do modelo PP, quando ainda eram produzidos em Zella-Mehlis, com as placas em ebonite preto. O da foto superior possui um prolongador abaixo do carregador, apenas para um apoio adicional ao dedo mínimo.
O modelo PP/PPK é uma pistola de culatra tipo “blowback” com cano fixo à armação, e totalmente usinada em aço, baseada em algumas soluções já empregadas no modelo 8. Alguns poucos exemplares foram fabricados com a armação em duralumínio, alguns anos antes da II Guerra. Utiliza o sistema de dupla-ação, ou seja, para o primeiro disparo, desde que já exista uma cápsula na câmara, basta puxar o gatilho, como em um revólver. A partir daí, a pistola passa a funcionar em ação simples pois o recuo do ferrolho arma o cão, que é exposto e pode portanto ser desarmado manualmente.
O mecanismo é um pouco complicado, detalhe bastante comum em projetos de armas alemãs, com muitos pinos e peças pequenas. As miras são fixas e seu carregador monofilar tem capacidade para 8 cartuchos na PP e 7 na PPK (no calibre 7,65mm), com botão de liberação do lado esquerdo. Aliás, alguns modelos desta arma foram fabricados com o menos prático, porém mais habitual sistema de liberação de carregador em uso na Europa, ou seja, uma tecla retém situada na parte de baixo da empunhadura, que infelizmente não permite se extrair o carregador com uma só mão.

A Walther PPK – nota-se aqui a placa da empunhadura em plástico, e em uma só peça, envolvendo a parte posterior da empunhadura.
Essas armas possem um sistema de trava muito eficiente, pois ela atua diretamente num ressalto existente no percussor, travando-o em seu curso. A trava é acionada através de uma tecla rotativa localizada do lado esquerdo do ferrolho, com duas posições: tecla na horizontal a arma se encontra destravada; tecla na posição girada para baixo, arma está travada. Caso a arma se encontre com o cão armado (engatilhada) e essa trava é aplicada, o percussor é bloqueado e ato contínuo o cão é desarmado, causando uma espécie de “picada em seco”. Apesar de parecer algo simples, é uma ação perigosa, pois têm que se confiar totalmente em um sistema mecânico para que a arma não dispare. Aconselha-se executar esse procedimento com a pistola voltada para uma posição segura ou segurar o cão com um polegar, amortecendo a sua queda.
Além disso, a arma dispõe de uma espécie de segurança “automática” pois, através de um engenhoso mecanismo, o cão não atinge o percussor na sua posição de descanso; isto só acontece quando, deliberadamente, se pressiona o gatilho até quase perto da situação de disparo. Em sua época, as PP e PPK só rivalizavam quanto aos quesitos de segurança com a rival e excelente pistola da Mauser, o modelo HsC.

A Walther PPK, vista de seu lado direito.
Ambos os modelos possuíam um indicador de cartucho carregado na câmara, utilizando um pino que se sobressai na parte traseira do ferrolho, opção inexistente nos modelos em calibre .22LR. Convém notar que quanto aos calibres, a grande maioria das PP e PPK foram feitas para o cartucho 7,65mm Browning, seguidas depois do calibre .380 (9mm Kurz) e finalmente em calibre .22LR. Entretanto, embora sejam raras, existiram modelos em calibre 6,35mm Browning. A capacidade dos carregadores variava da seguinte forma: na PP, 9 cartuchos no calibre .22, 8 no calibre 7,65mm e 7 no calibre .380. No modelo PPK, um cartucho a menos do que no modelo PP levando-se em conta os mesmos calibres.
Uma variante posteriormente criada foi chamada de PPK/S (“Special“); serviu principalmente para suprir o importante mercado norte-americano. A arma era uma “mistura” de ambos os modelos; combinava a armação da PP com o mais curto conjunto de cano e ferrolho da PPK. As restrições do American Firearms Owners Protection Act de 1968, que criava limites estabelecendo tamanho mínimo admissível para pistolas era um problema para que as pequenas PPK entrassem nos USA. Esta solução empregada na PPK/S contornou o problema, aumentando em alguns poucos centímetros a altura total da pistola.

Uma visão em “raios-X” do modelo PP – note o pino flutuante no ferrolho, indicador da existência de um cartucho na câmara. Veja também a mola recuperadora envolta ao cano, o que confere à arma um perfil esquio e elegante.
Após a II Guerra, a Walther foi impedida pelos Aliados de continuar em operação e com a produção de armas; a fabricação das PP e PPK foram então assumidas pela fabricante Manurhin, localizada na França, mas ainda sob licença da Walther. A Manurhin era oficialmente a Manufacture de Machines de Haut-Rhin, iniciou a produção das PP e PPK em 1952 e em 1953 iniciaram a exportação para os Estados Unidos, através da Tholson Co. de São Francisco. Posteriormente, por volta de 1960, a produção voltou a ser restabelecida na Alemanha, porém agora na cidade de Ulm, às margens do Danúbio, e não mais em Zella-Mehlis, como anteriormente. Nos dias de hoje, os modelos PP, PPK e PPK/S ainda são fabricadas, mas nos Estados Unidos, pela Smith & Wesson, também sob licença da Walther.

A Walther PPK produzida nos dias de hoje pela Smith & Wesson, nos Estados Unidos. Estes modelos possuem as placas da empunhadura independentes e não “abraçando” a parte posterior da empunhadura, como as anteriores.
Apesar da semelhança externa muito grande, os modelos PP e PPK se diferem bastante quanto à estrutura da armação. As PP possuem a estrutura da empunhadura de forma integral, ou seja, as placas laterais são individuais e fixas separadamente, deixando exposta a parte posterior da empunhadura. Na maioria das PPK, a estrutura da empunhadura não é integral, de forma que a placa é feita em uma só peça, que contorna a parte de traz da empunhadura, em formato de “U”. Porém, existiram modelos PPK que seguiam o mesmo estilo da armação das PP. No período pós guerra também se verificou, em menor escala, modelos PPK com armação em duralumínio, visando alívio de peso. Essas armas receberam a nomenclatura de PPK/L (“Light“).

Um modelo da Walther PP produzido após a II Guerra, com a fábrica da Walther localizada em Ulm, cidade localizada às margens do Danúbio.
Principalmente nos USA do pós guerra, tal como ocorreu com outras armas utilizadas pela Alemanha, as Walther PP e PPK se tornaram peças cobiçadas e cultuadas pelos aficionados e seus preços dispararam. Durante o período nazista, na Alemanha, o partido costumava presentear oficiais e simpatizantes importantes com essas armas, algumas delas ricamente ornamentadas. Porém, foram as denominadas de “Party-Leaders” que geraram um interesse maior entre os colecionadores americanos. Elas eram, na verdade, baseadas no modelo PPK básico mas vinham com detalhes diferenciados, tais como talas especiais ostentando o símbolo da “Águia Nazista” e as inscrições RZM, que significa “Reichszeugmenisterie“; este era o Departamento de Ordenança do Partido, órgão que cuidava da fiscalização e regulamentação da produção e distribuição dos itens que levavam a estampa do partido. Como sempre acaba ocorrendo com qualquer ítem muito desejado e raro, o mercado americano logo acabou sendo alvo de falsificações que eram feitas sobre modelos comuns da PPK, mas caprichosamente elaboradas, com imitações das talas e das inscrições, fazendo com que muita gente adquirisse gato por lebre e a preços exorbitantes.

A Walther PPK “Party Leader” com o logotipo da RZM e a Águia Nazista estampada nas placas da empunhadura, objeto de desejo e cobiça de colecionadores
Em resumo, tanto com o modelo PP como com o PPK, a Walther nos forneceu uma pistola bem balanceada, com boa empunhadura, gatilho macio, acabamento e qualidade de primeira linha e, além de tudo, uma arma muito agradável de se atirar. No rol das pistolas semi-automáticas pequenas, de uso civil, é muito difícil de se encontrar uma outra arma que dispute com as PP e PPK o título da pistola de maior sucesso no mundo.
O Modelo MP
Dentre as duras regras impostas pelo Tratado de Versalhes após o término da I Guerra, os alemães foram proibidos de produzir pistolas em calibres mais potentes que o 9mm Kurz (.380 ACP). Como se pode notar, haviam armas produzidas nesta época de restrição que utilizavam calibres de diâmetros menores, embora fossem mais potentes, como as Parabellum (Luger) em calibre 7,65mm e as Mauser C96 em calibre 7,63mm. Elas também eram, de certa forma e propositadamente, facilmente convertidas para o mais eficiente 9mm Parabellum, somente com a troca do cano. Desta e de outras maneiras, os alemães burlavam as restrições do Tratado sem muita dificuldade. Este detalhe impulsionou o lançamento do modelo MP, a primeira pistola da Walther a utilizar o cartucho 9mm Parabellum e que foi, claramente, um projeto clandestino, contra as normas do Tratado.

Primeiro modelo da Walther MP em calibre 9mm Parabellum, claramente baseada na PP – essa arma não comporta o uso de munição moderna pois se tratava de um sistema “blow-back”, sem trava de culatra.
Entretanto, ela era basicamente um modelo PP adaptado para este calibre, ainda mantendo o sistema “blowback“, utilizando-se porém uma mola recuperadora bem mais dura para resistir ao maior recuo do cartucho. Mais uma vez, embora funcionasse bem em perfeitas condições, não seria aconselhável, hoje em dia, o uso de cartuchos modernos nesta arma.
Os modelos AP e HP
Com o relativo fracasso obtido com o primeiro modelo MP visto acima, e pouco antes do início da II Guerra Mundial, a Walther se dedicou a um projeto novo de pistola, direcionada ao uso militar, em calibre 9mm Parabellum. Antes de 1936, o brilhante engenheiro Fritz Walther, já trabalhava no projeto da AP, que significa “Armee-Pistole“, ou pistola militar, onde o grande diferencial era o sistema de dupla ação, relativamente inédito até então mas já usado na PP de sua autoria. Com esse recurso, a arma poderia ser transportada seguramente com um cartucho na câmara e ao necessitar usá-la rapidamente, bastaria puxar o gatilho, o que ocasionaria o engatilhamento do cão (martelo) e sua consequente queda para o disparo.
Em 1937 a Walther oferece vários exemplares da AP, presenteados à oficiais das Forças Armadas, com o intuito de divulgar a nova arma e executar, por assim dizer, uma espécie de “prova de campo”. Logo depois de testes e avaliações, ainda em 1937, a Walther apresenta o seu novo modelo HP, que significa “Heeres Pistole“, ou pistola de serviço, também direcionados à alguns oficiais das Forças Armadas.

Desenhos dos protótipos iniciais da AP “Armee Pistole” e da posterior HP “Heeres Pistole” de 1936 e 1937, baseados no projeto de Fritz Walther; veja que nesses protótipos o cão (martelo) era embutido.

A Walther modelo AP “Armee Pistole” de 1937, primeira versão, que foi apresentada para testes ao Exército Alemão, ainda na sua concepção de martelo embutido mas com a aparência quase definitiva que viria a ter a P-38. Trata-se de uma das mais raras versões de pistolas Walther.

Modelo final da Walther AP “Armee Pistole”, em calibre 9mm Parabellum com martelo embutido.
O modelo HP, definido no início de 1938, já possuía as características bem definidas e definitivas que iria gerar a futura P-38. Foi incorporado o uso do martelo externo, uma das exigências do exército alemão. Em 1938, antes mesmo da adoção oficial da arma pelo governo alemão, a Walther fornece ao Exército da Suécia 1.500 armas deste modelo, que foram utilizadas naquele país antes da adoção da pistola Lahti L-35 como arma curta oficial, também no calibre 9mm Parabellum.
Geralmente as HP são mais bem acabadas e de construção mais aprimorada do que as P-38, pois essas últimas tiveram sua produção iniciada em série pouco antes do estouro do maior conflito armado da história, e em um país que necessitava freneticamente ser rearmado a qualquer custo. Modificações na HP foram sugeridas pela Comissão de Inspeção Alemã, encarregada do plano de substituição do armamento das Forças Armadas. Foram pequenas mudanças mas que representavam um avanço grande na redução de custos, mediante simplificação no processo de usinagem e na fabricação de algumas peças. A HP, na forma em que se encontrava, era uma arma ainda muito cara para ser produzida em muito alta escala. Essas mudanças iriam definir o rumo da futura pistola P-38.

Modelo da Walther HP, idêntica às que foram fornecidas ao Exército da Suécia
O modelo P-38
Foi só em 1938 que uma modificada e melhorada arma baseada no modelo HP foi introduzida e adotada oficialmente pelo governo alemão, compartilhando com a Parabellum o posto de pistola de serviço para oficiais. Assim a arma foi oficialmente designada como P-38 (Pistole 38), sendo que a Parabellum era, desde a sua adoção em 1908, denominada de P-08. A finalidade dessa nova dotação era a substituição gradual das pistolas P-08 (Parabellum ou Luger).


Dois exemplares de pistola P-38 de fabricação comercial pós-guerra, na localidade de Ulm, Alemanha, com diferentes padrões de talas, ambas de ebonite.
Interessante citar que alguns exemplares da HP, anteriormente citada, foram fabricados para fins de teste nos USA, em calibres .38Auto e .45ACP. Na verdade, a firma americana Stoeger de Nova York chegou a importar várias destas armas para venda ao mercado civil. Estes exemplares nos dias de hoje são peças almejadas por colecionadores e apresentam um acabamento de altíssimo nível.
As diferenças entre a HP e a P-38 eram mínimas, resumindo-se ao placas de madeira zigrinadas, um percussor em formato retangular e extrator embutido no ferrolho. As primeiras 1.500 P-38 produzidas também usavam o percussor retangular da HP.
Depois de sua dotação oficial pelo governo alemão, somente a partir de setembro de 1939 que o Alto Comando do Exército Alemão (OKW) ordenou a fabricação em massa da arma, uma demanda enorme que a Carl Walther não tinha condições de manter sozinha. Portanto, foi aberta a produção em escala para outros fabricantes pois era imprescindível que o Exército fosse equipado com a P-38 em quase a sua totalidade.
Durante os anos de pré-guerra e mesmo durante o conflito, as P-38 foram fabricadas pela Walther, pela Waffenfabrik Mauser e pelo arsenal de Spreewerke, em Spandau. As marcas de códigos de identificação usadas eram “480” e “ac” para Walther, “svw” e “byf” para Mauser e finalmente “cyq” para Spreewerke. A Walther produziu 583.000 pistolas durante a guerra, em sua fábrica de Zella-Mehlis; a Mauser s encarregou de fabricar 340.000 armas e o arsenal de Spreewerke cerca de 285.000.
Durante a ocupação da Bélgica, a Fabrique Nationale D’Armes de Guerre, a FN, chegou a iniciar a produção da P-38 mas as armas nunca chegaram a ser completadas. Os aliados, após a libertação do país, encontraram grande quantidade de pistolas semi-acabadas, principalmente canos e ferrolhos.

Walther P-38 de produção da Mauser-Werke, código byf
De 1939 ao final da guerra em 1945, fontes governamentais na Alemanha tinham como registro o total de 1.208.000 pistolas produzidas. A partir de 1942 foi encerrada definitivamente a produção de pistolas Parabellum pela Mauser Werke A.G., o que fê-la dedicar-se integralmente ao fabrico das P-38. Também nesta data começaram a aumentar as dificuldades de transporte e logística na Alemanha, devido aos bombardeios. As tres fabricantes da P-38 faziam parte de um sistema muito bem controlado, onde compartilhavam alguns ítens de produção recebendo, inclusive da FN belga, da CZ Tcheca e da Haenel, alguns componentes lá produzidos.
O acabamento e a qualidade geral da arma foi decaindo com o passar dos anos, principalmente no período final da guerra. A Walther Waffenfabrik chegou a tomar, em suas linhas de produção, mão de obra escrava recrutada de prisioneiros do campo de concentração de Buchenwald, que ficava ans proximidades do complexo fabril. Obviamente essa mão de obra não era especializada, o que deveria causar transtornos incalculáveis.

Pistola Walther P-38 de fabricação Mauser durante a II Guerra
Ao final da guerra, a fábrica da Walther se manteve milagrosamente quase intacta. Quando tropas norte-americanas chegaram à Zella-Mehlis, encontraram cerca de 375.000 pistolas, dentre os modelos PP, PPK e P-38 semi-montadas ou completas. A partir de 1963, sua denominação militar na Alemanha passou a ser P-1 para acompanhar o novo método de identificação de armas naquele país.
Em 1968 foram colocadas no mercado as P-38 em calibre 7,65mm Parabellum e foram produzidas cerca de 1.200 armas, principalmente para suprir o mercado civil italiano, onde o calibre 9mm Parabellum era restrito às Forças Armadas. Além disso, em 1943 a Mauser chegou a fabricar algumas P-38 neste calibre. Pelas características do cartucho 7,65 Parabellum, somente a troca do cano da arma era suficiente para que utilizasse tanto esse cartucho como o 9mm Parabellum.
A P-38 era uma pistola usando o sistema de culatra trancada, utilizando-se para isso de uma peça alojada sob o cano que, com o ferrolho fechado, mantinha o conjunto cano-ferrolho travados até que um curto recuo do cano, ocasionado pelo disparo, os liberasse. Daí em diante, o ferrolho prosseguia seu curso para tras, somente encontrando a resistência das duas molas recuperadoras, uma de cada lado da armação. Possuía também um interessante e útil indicador de cartucho na câmara, através de um pino flutuante no interior do ferrolho que se sobressaía na parte traseira, junto ao cão.
Um sistema para permitir o travamento do ferrolho em sua posição aberta após o último cartucho deflagrado era obtido através de uma tecla lateral, situada sobre o gatilho, muito similar à utilizada pela Colt 1911. Ao se inserir um carregador municiado, era necessário se destravar essa tecla com o uso do polegar para a liberação do ferrolho e a consequente alimentação do primeiro cartucho. O sistema de disparo era de dupla-ação, tal qual já empregado com sucesso nas PP/PPK. A exemplo delas, a P-38 possui uma trava de segurança alojada no lado esquerdo do ferrolho, com as iniciais “F” (Feuer)” e “S” (Sicher), destravada e travada, respectivamente.


P-38 de fabricação Walther em 1942 código AC42 vista de ambos os lados


Detalhes da P-38 fabricação Walther de 1942 – na foto superior notam-se as marcas do WaffenAmt e na foto abaixo, o código ac42. Note o acabamento mais rústico e a qualidade inferior das placas da empunhadura.
Como já dito acima no caso das PP e PPK, caso a arma se encontre com o cão armado e a trava é aplicada, o percussor é bloqueado e o cão é imediatamente desarmado, causando uma “picada em seco”. As recomendações já explicadas neste capítulo anterior valem também aqui. Aconselha-se executar esse procedimento com a pistola voltada para uma posição segura ou segurar o cão com um polegar, amortecendo a sua queda. Além de baixar o cão para a posição de descanso, um sistema se encarrega de manter o gatilho na posição totalmente para trás. Ao se destravar a arma, o gatilho retorna à sua posição normal.
Outro detalhe interessante era que, com a arma travada, cão baixado e gatilho recuado, o ferrolho podia ser aberto e manuseado, inclusive para o ato de se descarregar a arma sem a remoção do carregador. Neste caso, acionando-se o ferrolho repetidamente, nota-se que o cão é levado para tras mas sempre retorna à posição de descanso.
O carregador que é monofilar com capacidade de 8 cartuchos, é mantido no seu lugar por um retém deslizante situado na parte inferior da armação. Mais uma vez se repete aqui o incômodo ato de se liberar o carregador utilizando-se ambas as mãos ao invés de um prático botão situado na parte posterior do guarda-mato, como na maioria dos modelos da PP/PPK . As placas do cabo, em duas peças, são feitas em ebonite preto mas há variações em material plástico marrom/avermelhado. O desenho é feito para que elas recubram a parte traseira da armação, juntando-se portanto, neste ponto.

Vista da desmontagem parcial (field stripping) da P-38; pela ordem, ferrolho, cano, trava da culatra e armação. Note que as molas recuperadoras ficam fixas à armação, o que facilita bastante a remontagem.
Em resumo, a P-38 veio equipar o exército alemão com uma arma moderna, atualíssima, eficiente e segura, com a vantagem de se utilizar os mesmos cartuchos das P-08 (Luger) e das sub-metralhadoras MP-38/40. Paulatinamente foram substituindo as P-08, que apesar de toda a mítica existente em torno delas, não eram mais armas condizentes com as necessidades de um exército moderno. O mecanismo mais resistente às intempéries, a desmontagem de campo facilitada, o eficiente sistema de segurança mais o sistema de dupla-ação, faziam da P-38, incontestavelmente, a mais moderna arma curta em uso no conflito.

Pistola P-38 com código ac-42 significando ter sido produzida pela própria Carl Walther

Pistola P-38 parcialmente desmontada – repare a mola recuperadora na armação e a trava da culatra posicionada debaixo do cano, peça essa que acidentalmente poderia ser esquecida de ser recolocada, podendo causar sérios danos à arma.
Porém, cumpre esclarecer aqui os problemas inerentes à produção de armas durante um conflito tão importante como foi a II Guerra. Com o passar dos anos e como já dito acima, inevitavelmente a qualidade e esmero na fabricação, bem como a qualidade dos materiais empregados foram se deteriorando. Isso afetou, de modo geral, qualquer arma fabricada na Alemanha neste período. As P-38 não escaparam incólumes. O autor já inspecionou e verificou vários exemplares de fabricação Mauser e Spreewerke datadas de 43 e 44. O acabamento pós-usinagem foi quase que totalmente abandonado, sendo que as marcas de ferramentas eram muito bem visíveis. As placas pareciam feitas de plástico reciclado, algumas apresentando falhas, bolhas e depreções, defeitos do processo de moldagem. O acabamento oxidado, antes da guerra caprichosamente feito pelo método a frio, tipo “boneca”, passou a ser em executado em banho a quente e posteriormente fosfatadas, porém com evidentes falhas de coloração e excesso de manchas. Até uma rudimentar pintura a base de esmalte sintético foi utilizada em algumas ocasiões.

Vista explodida da P-38
O mais sério e perigoso problema encontrado em um espécime avaliado pelo autor, foi numa P-38 de fabricação Spreewerke, durante a guerra. Muito se fala sobre a mão de obra escrava aplicada pelos alemães em indústrias, tanto na própria Alemanha como nos países ocupados. Em Spreewerke e até na própria Walther, a mão de obra, principalmente executada por prisioneiros judeus, era muito grande. Atos de sabotagem eram, pois, coisa corriqueira. Essa arma, sem dúvida alguma adulterada durante a fabricação, permitia que no ato de ser travada, com o cão armado, a mesma disparasse. Ou seja, a trava de segurança não possuía atuação sobre o percussor; havia uma espécie de desgaste proposital nesta peça. Além disso, outra pequena alteração efetuada na mesma arma permitia que a mesma disparasse em modo automático, ou seja, como numa sub-metralhadora. Casos como esse nos levam sempre a tomar o máximo cuidado e atenção ao manusear ou utilizar armas fabricadas em tempo de guerra.

Foto: vista em “raios-X” da P-38
Outro fator importante válido até mesmo para as pistolas P-38 de fabricação mais recente é o fato de que, ao desmontá-las, é possível esquecer, na remontagem, a peça que efetua o travamento da culatra (peça 3 na vista acima). Infelizmente a arma pode funcionar sem essa peça, o que pode oferecer um perigo muito grande ao atirador devido ao forte recuo proporcionado pelo cartucho sobre o ferrolho, com chance de danificá-lo seriamente.

Detalhe da P-38 parcialmente desmontada, onde se percebe uma das molas recuperadoras do lado esquerdo, o carregador, a trava da culatra, cano e ferrolho.
Comercialmente, como dito acima, algumas décadas depois do término da II Guerra, a Walther forneceu a P-38 para venda no mercado europeu e norte-americano, em uma versão comercial, tanto nos calibres 7,65mm Parabellum e 9mm Parabellum como em .22LR, com acabamento oxidado em preto brilhante, ou até mesmo em versão ricamente engravada, sob encomenda. O calibre .22LR só foi introduzido na P-38 em 1968 e a sua numeração serial é diferente e exclusiva do que nas séries em calibres 9mm e 7,65mm.

Detalhe completo dos componentes desmontados, do kit de conversão da P-38 em calibre 9mm para calibre .22LR – este kit era fornecido em uma caixa especialmente desenhada para ele. Como pode se ver, haviam várias peças que precisavam ser substituídas.
Um ponto de destaque para ampliar o interesse do mercado americano foi a disponibilidade de um interessante kit de conversão para ser usado nas pistolas 9mm Parabellum, para se usar o calibre .22LR; era dotado de um carregador, um cano para ser inserido por dentro do original e um ferrolho especialmente adaptado para aceitar a munição .22 de fogo circular (rim-fire).

A partir de 1975 a Walther lança no mercado comercial o modelo P-38K (Kurtz) em calibre 9mm Parabellum, modelo destinado à unidades policiais onde o tamanho original da pistola causava um certo transtorno.
Os modelos P-38K, embora relançados comercialmente em 1975, foram baseados em modelos idênticos que já haviam sido produzidos durante a guerra, em 1944 e 1945, pela Mauser, com canos de 6,5 cm. Acredita-se que nesta época esses modelos foram solicitados pela polícia secreta nazista (Gestapo) para equipar os seus membros. Apesar do cano mais curto, o peso da arma baixava em somente 30 gramas. O modelo P-38K moderno não possui a agulha indicadora de cartucho na câmara e algumas outras pequenas alterações na trava de segurança.
A Walther P38 esteve em produção regulamentar de 1938 a 1963. A partir de 1957, o governo da então República Federal Alemanha solicitou da Carl Walther o fornecimento de pistolas P-38 para suprir os oficiais do Exército, que perdurou como arma regulamentar até 1963. Num período de dois anos, a Walther utilizou ferramental e desenhos da época da guerra para refabricar a pistola. A partir de 1963, a pistola foi modificada, visando redução de custos de processo, e teve sua armação fundida em alumínio ao invés de usinada em aço . Essa modificação também alterou o nome oficial da arma para P-1. A partir de 1990 o Exército Alemão começou a substituir as P1 pela nova P-8. A P1 saiu de cena completamente em 2004.
Os modelos Olympia e OSP
Com a expansão da sua produção e de demanda, visto que as PP, PPK e as P-38 continuaram sendo produzidas pelas décadas que sucederam o fim da guerra, a empresa decidiu se diversificar e começou a produzir excelentes armas, longas e curtas. As carabinas de baixo calibre e rifles de alta potência produzidos pela casa, como os maravilhosos modelos KKM e KKJ no calibre .22LR e o Hunter Repeater, oferecido nos calibres 8×57, 30-06, .243, .270 Winchester e .375 H&H, bem como armas de precisão (pistolas e carabinas para uso em tiro olímpico) fez, da Walther, um dos maiores e mais respeitados fabricantes mundiais de armas. Além disso, a Walther ainda se dedicou ao fabrico de armas de ar comprimido e pistolas de sinalização.

As PP Sport, foto acima, eram armas praticamente idênticas às PP, mas com cano mais longo e empunhadura anatômica, bem como alça de mira regulável.
Dentre as pistolas mais famosas das décadas de 50 a 70, se encontram o modelo PP Sport, a PP Sport Target, ambas de ação simples, a Olympia e a OSP.
A PP Sport Target, em calibre .22LR tal como a Sport, possuía um prolongador do cano com contra-peso regulável.
Já a Walther Olympia era um projeto que, apesar de baseado no mecanismo das PP, resultou em uma arma nova, muito mais equilibrada e dedicada ao tiro esportivo, uma arma sem o cão externo, de ação simples, com gatilho regulável em sensibilidade e a alça de mira regulável lateralmente e em altura. A empunhadura era fabricada em madeira de lei, finamente acabada, aliás como era a arma, como um todo.
A OSP foi uma revolução para sua época; arma desenvolvida especificamente para ir de encontro às necessidades da modalidade de tiro rápido em silhuetas móveis, em calinre .22 Short. Lançada em 1963, ganhou medalha de prata nos Jogos Panamericanos do Brasil naquele ano, bem como 1º e 2ºlugar no Campeonato Europeu em Helsink, 1963, além de várias competições oficiais na Alemanha. Possuía um magazine removível para 5 cartuchos, localizado na frente do guarda-mato, gatilho regulável em sensibilidade e pressão, mira micrometricamente ajustada, empunhadura anatômica em madeira maciça com ajuste de tamanho e cano dotado de contra-pesos ajustáveis.

A Walther OSP em calibre .22 Short
O autor teve a oportunidade de participar de provas de silhueta utilizando esta pistola, uma verdadeira maravilha da mecânica e da tecnologia de Carl Walther. Posteriormente, a Walther lançou uma variação da OSP denominada GSP, agora em calibre .22LR.

Este foi um dos primeiros modelos lançados da Walther OSP, que chegou a ser utilizada pelo autor.
A Walther hoje…
A evolução não terminou por aí. Hoje, a empresa Carl Walther continua a fornecer armas de diversos tipos e calibres, mantendo a sua tradição de qualidade, precisão e acabamento. Na linha das pistolas semi-automáticas, dentre vários outros modelos como a PPS e a P22, destaca-se a P-99 (foto abaixo). Arma de concepção avançada, é oferecida em calibres 9mm Parabellum e .40S&W, com foco no mercado policial.

Possui carregador bifilar com capacidade de 10 a 15 cartuchos, dependendo do calibre e da versão, e como é de praxe nas pistolas Walther, a P99 também prima pela segurança.
Embora não possua um cão externo, oferece algumas vantagens que só são encontradas nos modelos de cão externo, como a possibilidade de ser desarmada manualmente com um cartucho inserido na camara. Oferece um interessante sistema de gatilho denominado de “anti-stress”, que pretende diminuir o risco de disparos não intencionais em situação de “stress” extremo.
Na medida em que o ferrolho recua durante o disparo, o gatilho sempre se mantém na posição totalmente à frente, tanto no disparo em ação dupla inicial como nos posteriores, em ação simples. No primeiro disparo, o sistema mantém a pressão do gatilho em cerca de 2Kg e com curso aproximadamente de 1,50 cm. Nos disparos seguintes, a mesma pressão é mantida mas o curso do gatilho reduz para cerca de 0,80cm. Sua armação é de polímero, sendo que ferrolho e cano são feitos em aço.
Os modelos PP e PPK continuam em linha comercial, produzidos pela Smith & Wesson nos USA desde 1999, quando foi criada uma “joint-venture” entre a Smith & Wesson e a Carl Walther G.M.B.H., disponíveis em calibres .32 Auto, .380 ACP e .22LR e compartilha com algumas outras pouquíssimas armas no mundo o fato de se manter em produção por mais de 80 anos, sem praticamente nenhuma modificação no projeto original.
Fonte/Créditos: https://armasonline.org/armas-on-line/as-pistolas-walther/
Créditos (Imagem de capa): Walther
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