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Munições +P e +P+

As munições classificadas como +P e +P+ geram pressão, na câmara, maior do que as munições de uso comum (standart).

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Munições +P e +P+
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Munições +P e +P+

 
 
As munições classificadas como +P e +P+ geram pressão, na câmara, maior do que as munições de uso comum (standart). Este aumento de pressão resulta em maior velocidade do projétil propiciando maior energia no momento de atingir o alvo. É Importante lembrar que, devido à elevada pressão exercida por estas munições, nem toda arma de fogo é recomendada para este uso.
 
HISTÓRIA
 
O surgimento da pólvora química (1886), em contrapartida à pólvora preta que predominava, acabou por revolucionar as munições que eram habitualmente utilizadas. A partir desta nova pólvora, observou-se que havia grande espaço dentro dos estojos utilizados, possibilitando a pesquisa de munições mais “quentes”.

As primeiras abordagens comerciais de munições “mais quentes” surgiram nos calibres 32-20 WCF e 44-40 WINCHESTER. Essas munições, com cargas mais elevadas, tiveram um bom resultado ao serem utilizadas em rifles na época; já no caso do uso em revólveres, observou-se haver muita pressão, pois os revólveres não eram tão robustos quanto os rifles para suportarem tanta energia. Ao se constatar esse fato, associado à fácil confusão em se utilizar indevidamente essas munições em revólveres não tão robustos, culminou, naquela época, com a saída de produção dessas novas munições com excesso de pressão.
 
 
 
 
As primeiras munições +P surgiram, durante a década de 1920, nos Estados Unidos da América, foram projetadas para serem utilizadas em rifles e revólveres de estrutura reforçada. Essas munições começaram a ser comercializadas na década de 30, com marcações especiais, e eram apenas recomendadas para serem usadas em revólveres de quadro médio (armação Colt D e armação S&W K).
 
 
 
 
O cartucho .38 ACP, originalmente lançado em 1900, foi redesenhado no ano de 1929 como .38 Super, sendo considerado naquela época como o cartucho de pistola mais poderoso disponível no mercado e o primeiro a utilizar cargas “+P” com sucesso comercial.
 
A designação +P apenas se tornou comum a partir de 1974, quando a SAAMI (Sporting Arms and Ammunitions Manufacturing Institute) adotou a norma de adicionar “+P” nas munições montadas com pressões maiores que a normal.
 
CARACTERÍSTICAS
 
Datam do início do séc. XX, as munições que apresentam as opções de +P ou +P+. Com o passar dos anos, houve uma significativa melhora na metalurgia o que agregou ao aumento na qualidade das armas e munições e permitiu essa utilização com cargas mais quentes, surgindo, deste modo, o tipo de munição com a classificação “+P”.
 
No momento da confecção das armas de fogo pela indústria, estas devem seguir parâmetros para a confecção do aço em têmperas que devem suportar determinado limite de pressão para calibres específicos. Normalmente, as indústrias utilizam munição com uma margem de 20% superior de energia em comparação à munição normal (standart) para os testes, propiciando uma margem de segurança para a utilização de munições “+P”, as quais possuem em média 10% a mais de energia. Tal fato é importante, pois assim ainda há uma margem de segurança de 10% quando o atirador se utiliza de munições potentes e, consequentemente, projeta-se vida operacional mais longa para a arma.
 
A Têmpera é um processo de tratamento térmico do aço destinado à obtenção da dureza. Uma têmpera feita corretamente possibilita vida longa à ferramenta, uma vez que esta não se desgasta nem se deforma rapidamente. Vale ressaltar que é importante que a arma, ao utilizar estas munições de alta pressão, possua seus tambores e canos temperados, o que as ajuda a suportar tamanhas pressões. Por isso, há um ALERTA para a utilização destas munições em armas mais antigas, simplesmente pelo fato destas serem confeccionadas em aço de menor qualidade e dureza, já que não possuem têmpera em sua confecção.
 
Os CANOS E TAMBORES DOS REVÓLVERES TAURUS são temperados em todos os calibres, a partir da data e dos números das armas que seguem relacionados:
 
 
Salienta-se a importância de que os atiradores, ou proprietários de armas de fogo, não se utilizem das munições “+P” ou “+P+” em armas antigas, visto que sua fabricação não foi feita para suportar os picos de pressões nas câmaras, bem como a utilização destas munições em armações confeccionadas em liga de alumínio. Nestes casos, munições de alta energia não devem ser utilizadas regularmente, em decorrência de que a câmara, embora seja confeccionada em aço e suporte a energia liberada, tende a afetar as demais peças da arma, reduzindo-lhe a vida útil.
 



Revólver Taurus (.38 SPL) RT-85 Multialloy com armação em alumínio.

Atualmente as munições designadas como +P+ não são reconhecidas pela SAAMI, porém tal nomenclatura é utilizada por alguns fabricantes para identificar cargas superiores às munições +P. As cargas +P+ foram originalmente projetadas para uso policial.  Estas munições trabalham muito próximas do limite máximo suportável a uma arma de fogo.
 
Abaixo segue tabela da SAAMI (Sporting Arms and Ammunitions Manufacturing Institute) – na qual se observa que apenas quatro calibres são reconhecidos como “+P” (9mm; .38 Special; .38 Super e .45 Auto):
 
 
 
Ao adquirir uma arma de fogo, observe se esta possui a marca com a denominação “+P” no cano, carregador ou armação, ou se o manual autoriza o uso deste tipo de munição. Em caso de persistirem dúvidas, entre em contato com o fabricante. Observe nas duas imagens abaixo, ambos revólveres .38 SPL, porém um especifica a munição de uso como .38 SPL e o outro como .38 SPL +P.
 
 
 
 
 
    
 
Atualmente, a designação “+P+” não é reconhecida pela SAAMI, mas é usada por alguns fabricantes para designar cargas que excedam a especificação “+P”. Algumas fontes citam como comparativo o 9mm +P+ como tendo uma pressão de 42.000 psi, ou seja, um aumento de 20% sobre a pressão padrão de 35.000 psi; e a munição .38 Special +P+ como 22.000 psi. Um aumento de 29% sobre a pressão padrão de trabalho da referida munição. Em decorrência desses resultados, a munição “+P+” surgiu como uma munição específica para aplicadores da lei, em que se empregavam armas com estrutura robusta.
 
Segue abaixo Tabela comparativa entre munições Standart x “+P” x “+P+”:
 
 
 
Deve-se ter cuidado quanto à utilização de alguns calibres com denominações “+P” e “+P+”. É o caso do calibre .22 LR, .25 AUTO/6,35mm, .380 ACP e .32 ACP/7.65 mm. Ao se observar a tabela de pressão da SAAMI, os referidos calibres não possuem a opção para munições “mais quentes”. Isto ocorre por que grande parte das armas, que operam com os referidos calibres, trabalham com o sistema Blowback Simples, o qual se caracteriza pelo fato de o cano e o ferrolho não estarem travados e, ainda, parte dos canos são fixados na própria armação da arma de fogo.
 
Este sistema é utilizado em armas semiautomáticas de pequeno calibre alcançando até o calibre .380 ACP. O sistema BLOWBACK SIMPLES opera da seguinte maneira: o fabricante calcula a massa do ferrolho a partir da inércia e a tensão da mola recuperadora, em relação ao cartucho empregado e ao comprimento do cano, de forma a permitir que a abertura do ferrolho ocorra após a saída do projétil. Este equilíbrio é relevante nestas armas, pois se a tensão da mola for fraca demais, poderá ocorrer ejeção do cartucho antes da saída do projétil, resultando em golpes violentos do ferrolho em seu batente (gerando danos à arma), uma excessiva perda de gases, consequentemente haverá perda de potência e o escape de gases incandescentes em direção ao rosto do atirador.
 
 

Pistola PT-58 (.380 ACP) em sistema Blowback Simples.

Em contrapartida, o sistema BLOWBACK MODIFICADO/RETARDADO é utilizado para trabalhar com calibres de maior potência. Este mecanismo é capaz de lidar com pressões elevadas, tendo em vista que atrasa a abertura do ferrolho quando há o disparo. Aqui, o ferrolho e o cano são travados por um determinado espaço de tempo, após o disparo, permitindo que a pressão interna caia para valores seguros antes que o ferrolho se abra. É o sistema adequado para a utilização de munições “+P” e “+P+”.


Pistola PT-100 (.40 S&W) em sistema Blowback Modificado.

Como bem se pode observar, em ambos os sistemas de operação das pistolas semiautomáticas, conclui-se o porquê de os calibres abaixo do .380 ACP, e este próprio, não serem reconhecidos para cargas “+P” pela SAAMI. Isto está relacionado ao sistema de operação Blowback Simples utilizado nestas armas, as quais apresentarão fadiga muito acelerada, devido ao enorme recuo propiciado sobre o ferrolho e o corpo da arma, tendo em vista que foi projetada para trabalhar com carga adequada à sua estrutura, por isso, pode acarretar riscos ao atirador.
 
Deve-se também estar atento às rampas de acesso à câmara das armas. Isto se faz relevante aos amantes da recarga de munições, já que ao utilizar uma munição “+P” ou “+P+,” consequentemente, haverá um pico de pressão na câmara da arma muito superior ao normal, resultando em maior pressão no estojo, projetando-o contra as paredes da câmara das pistolas. Neste caso, é importante que o atirador observe se a rampa de acesso está localizada dentro da câmara, ou externa a esta. Caso esteja dentro da câmara, poderão ocorrer estojos embarrigados em sua base após os disparos, condição difícil de ser corrigida por dies comuns. Quando houver utilização de cargas “quentes” recomenda-se a utilização de pistolas que tenham rampa de acesso externas à câmara.
 
 
                                                         
 
 
 
         
 
 
O disparo repetitivo de munições +P, em uma arma não classificada para este uso, acelera drasticamente a falha mecânica da arma. Portanto, deve-se usar esta munição apenas em armas de fogo designadas pelo fabricante para o uso de cargas +P, caso contrário, poderá haver resultados catastróficos ao atirador, inclusive com ferimentos.
 
A desvantagem do uso destas munições é o aumento do recuo. Se o cano for muito curto, perde-se muita energia, tornando-a ineficaz para o fim almejado, o que deixa de ser aconselhável.
 
Atualmente as cargas +P possuem uma pressão com 10% a mais de energia frente a sua munição standart. Porém, sempre se deve levar em consideração o peso do projétil e o comprimento do cano, dentre outros fatores, o que acaba por alterar este valor.


Munição CBC +P+ e +P.

Por fim, sempre observe o culote da munição ao utilizá-la. É neste local que haverá o indicativo da munição ser +P ou +P+. Caso não conste nada, significa que é uma munição da linha Standart (normal).
 
INFORMATIVO TÉCNICO Nº32 – CBC – As munições +P (maior potência) e +P+ (potência ainda maior), foram desenvolvidas para oferecer energia superior às munições convencionais, atendendo rigorosamente às normas e especificações técnicas para cada calibre. Devem ser utilizadas em armas de projeto e fabricação modernos, sendo recomendável realizar uma consulta prévia ao fabricante da arma para verificar se o modelo está apto a disparar este tipo de munição.
 
OBS: existe atualmente no mercado norte-americano munições como o .45 LONG COLT em opções “+P”. Importante salientar que estas munições mais quentes, neste calibre, trabalham em uma pressão de 27.000 psi, frente aos 14.000 psi da munição convencional. Observa-se que há um incremento de 97,4% de energia o que facilmente irá trazer resultados catastróficos ao ser utilizado em armas não adequadas. Devido ao alto grau de energia desta nova munição, sua utilização apenas deve ocorrer em revólveres RUGER BLACKHAWK e pistolas T/C CONTENDER, já que possuem uma estrutura reforçada para suportar tamanha energia e também uma tempera adequada para isto.
 

T/C Contender .45 Long Colt



Ruger Blackhawk .45 Llong Colt

 
TOCCHETTO, DOMINGOS. Balística Forense: Aspectos Técnicos e Jurídicos, 8ª ed, 2016.
TOCCHETTO, DOMINGOS E WEINGAERTNER, JOÃO ALBERTO. Armas Taurus: Uma Garantia de Segurança, 6ª ed. 2017.
MATHIAS, J.J.D’ANDREA e PIMENTEL, R.B. Manual Prático de Recarga de Munições, 2015.
 
Fonte: Gassen
 
 

Fonte/Créditos: Gassen

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