Militaria e Cutelaria reunidas em um só lugar.

MENU

Notícias / Fuzis

Fuzil AN-94

Um fuzil que nasceu soviético e morreu russo.

Publicidade
Fuzil AN-94
A-
A+
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando



Mesmo com a Guerra Fria indo para o fim, a evolução das armas de fogo na URSS não parou. Nós temos uma visão de que as pesquisas e desenvolvimento se limitaram somente ao AK-47, AKM-47 e AK-74. A bem da verdade, várias equipes criaram modelos, conceitos e tecnologias além do seu tempo. Solucionaram o problema da fabricação em massa e depois solucionaram o problema do grande recuo e falta de precisão. Solucionaram isso com o AK-74 e agora a meta era solucionar o problema da falta de controle em regime automático, para gerar um alto índice de acerto. Isso não era um problema e sim um medo de ser passado pelo ocidente na tecnologia de controle de rajadas. O AN-94 nasceu soviético e morreu russo.

Panorama de estudos e ideias pós AK-74

O uso de fogo automático, mesmo com calibres mais leves e de recuo menor (mais controláveis) ainda enfrenta o problema da dispersão dos projéteis e o consumo alto de munição. Em outras palavras, é a velha máxima, disparo em automático é puro desperdício de munição. Para fazer frente a isso, alguns teóricos adotaram uma premissa viável. Aumentava-se a probabilidade de acertar o alvo com uma rajada curta de disparos usando fuzis com alta cadência de disparo. Em um curto período de tempo, seria disparado um determinado nº de disparos entre o início e fim da inércia do primeiro disparo. Esse nº de disparos ficaria entre 2 e 3 projéteis.



Soldado russo treina com o AK-74M.


Embora o AK-74 pudesse cumprir uma miríade de tarefas com sucesso, ainda estava a impossibilidade de acertos múltiplos em um único alvo. Teoricamente, o uso de uma rajada curta, a curta e média distância, daria ao soldado a chance de acertar uma maior quantidade de projéteis no alvo. Isso é teoria porque na prática isso muito raramente ocorre. Que fique claro, falamos de uma das várias características do fogo automático. Outro problema era quando o alvo usa alguma vestimenta balística, onde um único acerto não era suficiente para imobilizá-lo. Nos anos 80 vários exércitos começam adotar as primeiras vestimentas balísticas e era uma questão de tempo para que isso se proliferasse.

Na metade dos anos 80, estudos soviéticos viram que no século XXI as armas teriam de ter a capacidade de múltiplos acertos com alta precisão. A única forma de conseguir isso seria por armas com sistemas de balanceamento de recuo ou blowback de pulso deslocado. É importante dizer que isso também era questionado pelos americanos, as chances de acertos com uma quantidade mínima de disparos. No começo dos anos 80 eles pesquisavam em uma arma e munição que fosse multiuso, mas se depararam com um problema.
 
 

Soldados russos treinam com o AK-74M.


O soldado poderia acertar alvos a curtas, médias e longas distâncias com a mesma arma e mesma munição. Um único soldado poderia fazer a tarefa de qualquer soldado do pelotão com uma única arma e mesma munição. Eles viram mais tarde que isso seria impossível pela munição. Desta forma, partiram para uma solução mais radical no final dos anos 80. Os americanos defendiam que uma arma deveria lançar uma granada de 20 mm onde se fragmentaria sob o alvo, despejando estilhaços. Esse sistema deveria ser acompanhado de outros sistemas como miras, telêmetros e comunicação, dando a distância exata do alvo. Os estudos mostravam que o índice de acerto aumentaria em 400%.

Os soviéticos pensaram diferente, era muita coisa para o soldado carregar ou prestar atenção. Seria mais vantajoso, para eles, um sistema de acertos múltiplos com alta chance de acerto. Além do mais, o uso de um fuzil de assalto com um lançador de granadas especial exigiria do soldado um treinamento muito maior, completamente contrário do treinamento do soldado soviético, que era o mais simples possível.

 
AO-62

A busca pela controlabilidade para maiores acertos em rajadas já vem desde os anos 60, o engenheiro Tkachev já tinha feito uma tentativa com o fuzil AO-62. Aqui temos que ter em mente que era um protótipo e ele não cumpriu o papel. Ele disparava uma rajada de 3 disparos em alta cadência de disparo. A arma não conseguia o agrupamento mínimo necessário, demonstrando uma alta dispersão dos projéteis pelo recuo maior. Mas o conceito era idêntico, o de blowback de pulso deslocado que será explicado logo mais.
 

 
 
TKB-059

As pesquisas de acertos múltiplos resultaram em vários projetos interessantes. Korobov, por exemplo, em 1975, apresenta o modelo TKB-059, um bullpup 7,62 x 39 mm com 3 (três) canos paralelos e um grande carregador para 90 cartuchos. Disparando 3 canos, 3 cápsulas seriam ejetadas.
 

TKB-059


Para sorte do soldado, as cápsulas eram ejetadas por uma janela localizada atrás do carregador. Mas ainda ficava um ponto não resolvido, era o recuo de disparos. Por mais rápido que fossem, o soldado teria que administrar um recuo maior, tornando a arma incontrolável e assim impossibilitando uma precisão satisfatória.

Uma equipe liderada por Yakushev apresenta um modelo híbrido, o modelo 80002, um fuzil calibre 5,45 x 39 mm com um lança granada de 12,7 mm. Os canos eram paralelos também, sendo que havia um carregador para o calibre do fuzil e outro carregador para as granadas que ficariam em paralelo. A arma tinha dois pistões para cada cano. No lado esquerdo da caixa da culatra havia uma tecla que, quando selecionada, disparava a granada com o mesmo gatilho.
 

 
Modelo 8002. Note o cano da granada ao lado esquerdo da arma.


A granada foi idealizada não para ser usada contra fortificações e veículos, mas sim contra soldados com alguma vestimenta balística. Mantinha as mesmas características de um fuzil de assalto com peso total de 4,7 kg. Nada mal.
 

 
Modelo 8002.


Os estudos levantaram uma série de considerações e em 1978 os soviéticos determinam a pesquisa de um fuzil que tivesse uma precisão que fosse maior que o AK-74 em 150 e 200%. A influência principal para era isso era o programa HK G11 da então Alemanha Ocidental. Tratava-se de um fuzil de assalto que tinha um grande probabilidade de acerto de 3 projéteis no alvo quase que instantaneamente em virtude da alta cadência de disparo. Os soviéticos viram que esse sistema era muito avançado e daria uma vantagem sem igual no campo de batalha para os alemães, já que os soldados com o G11 teria mais chances de derrubar o alvo no primeiro burst. Isso fez acender o alerta vermelho no exército soviético.

O programa Abakan

Visando um fuzil que superasse o AK-74, em 27 de agosto de 1981 surge o programa Abakan. O programa visava não só o aumento de precisão para impactos múltiplos como também facilitasse o treino de recrutas e o uso pelo soldado comum, que já estavam habituados com a simplicidade do AK-74. Este já era um projeto formidável. As dimensões deveriam ser as mais próximas do AK-74, assim como ter a mesma confiabilidade.

 
 
AK-74

Ao todo 12 projetos foram apresentados. Para alcançar esses requisitos, a arma deveria ser completamente inovadora, para não dizer revolucionária. Deveria ter algum dispositivo ou novo sistema de operação que permitisse isso. O AK-74 era um projeto simples, mas completamente eficaz e cumpria muito bem com suas tarefas. Descartamos as ideias e conceitos, pois muitos não saíram do papel e não queremos cansar o Leitor.

Em agosto de 1984, 9 protótipos de fuzis foram apresentados. Para melhor alocação, dividiremos em 4 grupos.

  • Usando mecanismos convencionais, estavam Korobov com o TKB-0111, Afanasiev com o TKB-0136M e Postnikov ANT.
  • Usando mecanismo de recuo balanceado, estavam Koksharov e Garev com AEK-971, Pekin com o AEK-973 e Kalashnikov filho com o AL-9.
  • Usando o princípio de blowback de pulso deslocado, Stechkin com o TKB-0146 e Nikonov com o AS.
  • Usando um método híbrido, Tkachev e Simonov com o AO-63.
Os testes mostraram algo já esperado. Os protótipos usando o mecanismo convencional mostraram resultados inexpressivos se comparado com o AK-74. Os protótipos com balanceamento de recuo conseguiam resultados melhores, mas com sistemas ainda não plenamente desenvolvidos. Os protótipos que usavam o princípio de blowback de pulso deslocado conseguiram resultados ótimos e promissores. Isso mostrava que a nova arma deveria ter uma alteração radical no método empregado para que conseguisse atender os requisitos. As equipes mostram seus modelos.
 

 
TKB-0136M

Afanasiev TKB-0136M adotava o mesmo sistema de gás a pistão e trancamento por ferrolho rotativo. A cadência de disparo era de 2.000 dpm, tanto no burst como no automático. O soldado poderia escolher em um seletor se o burst era de 2 ou 5 disparos. Uma cadência maior de disparo sem controle de recuo necessitaria de um compensador para evitar o cano de subir tanto. É desenvolvido um grande compensador, acreditando que seria suficiente para o controle do recuo e da subida do cano. Entretanto, isso não era suficiente pela alta cadência dos disparos.
 
AL-9.

Kalashnikov filho apresenta o seu modelo, o AL-9, adotando um desenho técnico mais simples e conversador. Era praticamente um AK-74 com um sistema de balanceamento de recuo por pistões. Assim como o AK-74, não havia a opção de burst, mantendo a cadência de 800 dpm. O sistema empregado aqui seria mais tarde usado na família AK série 100, onde o modelo 107 passa a adotar esse sistema. O modelo AL-9 dificilmente conseguiria suprir os requisitos já que mesmo com um recuo menor, ainda não resolveria o problema da dispersão dos projéteis.
 

 
 
AEK-973.

O modelo AEK-973 também adota um sistema de balanceamento de recuo, tal qual o AL-9. Assim como o AL-9, não tinha a capacidade de burst. E tal qual o AL-9, tinha uma única cadência de disparo de 1.000 dpm. Essa cadência de disparo ainda não seria suficiente para aumentar a probabilidade de acerto, mesmo tendo um recuo mais controlado.
 

 
 
TKB-0111.

Korobov TKB-0111 adotava um sistema clássico a gás com pistão e trancamento por ferrolho rotativo. O sistema de gatilho tinha uma alteração para semi, burst de 3 disparos e automático. Em regime de burst, o sistema permitia uma cadência de disparo de 1.700 dpm. Entretanto, no automático caía para 500 dpm. Para o regime de burst, havia a necessidade de um grande compensador para controle da arma em virtude da alta cadência. Esse sistema se mostrava mais promissor pela alta cadência, uma vez que era uma condição sine qua non para que o conceito de alta probabilidade de acerto fosse aplicado.
 

 
 
Postnikov

O modelo de Postnikov adotava um modelo completamente diferente, algo radical e único. Ele estava fora da realidade ao apresentar esse modelo. Havia um pequeno orifício na câmara do cano. Após a deflagração, os gases entrariam por esse orifício e iriam diretamente contra o ferrolho, movimentando-o para trás, desbloqueando o ferrolho ao mesmo tempo. Isso seria um grande problema por dois motivos. O recuo seria violento e o ferrolho e transportador do ferrolho seriam desgastados com muito mais rapidez. Esse modelo mal foi avaliado e descartado quase que imediatamente. Com o forte recuo seria praticamente impossível controlar a arma, de tal ordem que a dispersão dos projéteis seria muito grande.
 

 
 
AEK-971 Garev.

O modelo AEK-971 apresentado por Garev era nada mais do que uma modernização do Konstantinov SA-006 (ver artigo sobre o AK-74). O modelo usava um sistema de balanceamento parecido com o AL-9. O pistão que corre contrário é maior, puxando uma massa igual ao pistão e transportador do ferrolho que corre para trás. Adotava um sistema de burst de dois disparos com uma cadência de disparo de 1.500 dpm. O compensador era novo e muito eficaz para dar conta da alta cadência. Mais tarde, alterando o compensador, usando o mesmo do AK-74, e alterando a cadência de disparo, fazia o regime cair para 800 dpm. Isso aumentava a eficácia em cima do AK-74, mas perdia muito a precisão quando disparado em burst, o 2º disparo ficava distante do 1º.
 

 
 
AKB-1

Kalashnikov filho apresenta um novo modelo em 1984, o AKB-1. Adotava o sistema de recuo balanceado e o fuzil não era ruim. Era mais preciso que o AK-74, assim como mais controlável. Mas mesmo assim ele tinha alguns problemas de panes e a arma esquentava mais do que o normal. Essa versão não tinha burst. Apenas o sistema de recuo balanceado. Essa arma se mostrou longe dos requisitos porque ela não tinha uma alta cadência de disparo que permitisse uma menor dispersão.
 

 
 
AKB

Em 1985, após analisar os fuzis concorrentes e as orientações do Ministério da Defesa sobre os requisitos, Kalashnikov filho apresenta um novo modelo reformulado, o AKB. Esse modelo continua com o sistema de recuo balanceado. Porém, é adotado um sistema de burst de 3 disparos. Kalashnikov filho aumenta a cadência teórica de disparo para 2.000 dpm, como forma de aumentar a quantidade de impactos com uma menor dispersão. A proposta não dá muito certo, pois a dispersão continua alta uma vez que o sistema não tinha nenhum mecanismo de amortecimento eficaz e o compensador não era suficiente para uma cadência tão alta. Mesmo assim, o modelo aumentava em 120% a precisão do fuzil em relação ao AK-74.

 
TKB-0146

O modelo de Stechkin TKB-0146 adota um modelo bullpup visando a simplificação de uma arma ao invés de duas, uma normal e outra compacta. O modelo de Stechkin adota o princípio do blowback de pulso deslocado. Nesse modelo, após o disparo, o grupo interno do ferrolho e cano recua 8 cm. Nesse momento, 2 disparos são efetuados antes que o transportador do ferrolho volte para frente e seja travado. A cadência de disparo podia ser selecionado entre 2.000 dpm em bursts de 2 disparos e 400 dpm em automático. A precisão era excelente e o recuo mínimo.
 

 
 
TKB-0146

O fuzil tinha seus problemas. Ele apresentou uma quantidade maior de falhas em virtude da complexidade do seu mecanismo que, embora promissor, ainda carecia de aprimoramentos. Além disso, a arma era suscetível à entrada de sujeira que por sua vez gerava outras panes.

Tkachev apresenta seu modelo AO-63. Como sempre, Tkachev tenta inovar ao máximo. Ele apresenta um fuzil em que temos dois canos, dois ferrolhos e um carregador para 45 cartuchos. Esse fuzil tinha uma altíssima cadência de disparo de 6.000 dpm! Isso se dava para corrigir um problema. O fuzil, embora com dois canos, não podia disparar simultaneamente. Os gases que saíam do cano, ao mesmo tempo, interferiam na trajetória de ambos os projéteis que saíam ao mesmo tempo. Desta forma o fuzil atirava com milésimos de segundo de diferença de um cano para outro, para que os gases da deflagração de um cano não influenciasse a do outro.

 
 
AO-63

O fuzil atirava em semi, burst de 2 disparos e automático. Em burst, os tiros funcionavam com 6.000 dpm. Mas em automático, mudava um pouco. Os 2 primeiros disparos eram em 6.000 dpm e, automaticamente, a cadência caía para 850 dpm, o que mesmo assim era alto já que o AK-74 trabalhava com 600 dpm. Caso a arma fosse usada em regime automático com essa alta cadência, em poucos segundos o soldado não teriam munição, com uma dispersão altíssima dos projéteis. Esse foi o ponto limitador do projeto.
 

 
 
AN-2

Nikonov fez um modelo inicial com o sistema de impulso blowback de pulso deslocado. O modelo disparava um burst de 3 disparos e o índice de acerto foi muito promissor, acima do esperado. Mais modelos experimentais foram feitos, o AN-2 e AN-4. Este modelo adotava a configuração bullpup, visando uma arma mais curta e já olhando no futuro como um substituto do AKS-74U. A partir de 1983, eles adotam o layout convencional. O AN-4 tinha um peso de 3,8 kg e 2 cadências de disparos, 600 dpm e 1.800 dpm, o que se encaixava perfeitamente para o conceito de alta cadência para maior probabilidade de acerto.
 

 
 
 
AN-4

Os modelos iniciais eram problemáticos. Dentro da caixa da culatra tinha uma espécie de um grupo de disparo que abrangia mais que o simples transportador do ferrolho. O disparo fazia com que esse grupo voltasse contra a parte de trás da caixa da culatra com extrema força. Isso podia gerar até perigo de lesões a quem disparasse. Já o AN-2 era mais ainda diferente ainda. O carregador ficava na lateral direta do fuzil. Pesava 3,23 kg e com 2 cadências de disparos, 600 dpm e 1.800 dpm.
 

 
AS

Em 1986, Nikonov apresentou outro modelo de seu fuzil, o AS. Adotando o princípio do blowback de pulso deslocado, o AS fazia com que o soldado só sentisse o recuo após a arma ter disparado 2 disparos, tal como a arma de Stechkin. Dentro da arma, o cano era ligado a uma caixa da culatra interna que se movia no 1º disparo. Os disparos em burst tinham a cadência de 2.000 dpm e os demais disparos em 400 dpm. O carregador era especial para 60 cartuchos e mais tarde usado um convencional para 30 cartuchos.

Porém, o modelo AS tinha um problema que foi descoberto somente depois, nos testes de campo. O carregador era preso a esse mecanismo interno. A cada disparo, o carregador se movia para trás e para frente. O carregador, por ser preso ao grupo interno no ferrolho, acompanhava o movimento do ferrolho. Algo deveras bizarro e uma fonte de problemas, pois além das panes, havia o problema da precisão com aquela massa em constante movimento, ainda mais em altas cadências de disparos. Para evitar que o soldado apoiasse a mão pelo carregador, uma empunhadura frontal foi incluída, mas mesmo assim era um perigo o carregador prender em um dos dedos.



Em julho de 1986 a primeira fase é encerrada. As armas de Postnikov e Korobov são retiradas do processo. Em um primeiro momento, Kalashnikov filho tinha sido descartado também. Usando sua influência política, Mikhail Kalashnikov consegue convencer a comissão avaliadora a manter o fuzil do seu filho. Em setembro de 1986 saiu uma nova linha de cortes. Saem da concorrência Tkachev, Pekin, Afanasiev, Kosharov e Garev e, também, Kalashnikov. Mesmo com a influência de seu pai, o Ministério da Defesa se mostrou decidido. Para uma arma que cumprisse os requisitos, seria necessário um desenho radical e inovador ao invés de desenhos convencionais.
 
 
A segunda parte da avaliação

Em 1986, Nikonov reformula o seu modelo, lançando assim o ASM (M de modernizado, “Modernizirovanniy”). Agora o modelo usa um carregador fixo, projetado para ser independente da caixa de mecanismo interno, dando assim mais segurança ao soldado. Aliás, o fuzil foi simplificado em seu desenho interno. Foi feito um novo mecanismo de alimentação, evitando o complexo sistema do carregador integrado, oferecendo assim mais estabilidade ao sistema. Além disso, alteraram o grupo do gatilho para burst de 2 disparos agora.

 
 
ASM

A cadência de disparo era de 1.800 dpm quando selecionado em burst. Após isso, caía para 550 dpm quando selecionado em automático. Para dar maior controle em virtude da alta cadência de disparo, foi desenhado um novo compensador que dava maior estabilidade ao fuzil. A precisão era excelente e o controle do fuzil também. A precisão e controle fazia com que os soldados que testaram em campo notassem uma maior economia de munição em função do maior acerto de disparos.

No final dos anos 80 e começo dos anos 90, o modelo ASM recebe várias alterações. Algumas peças foram redesenhadas para serem mais compactas visando a ergonomia do fuzil, já que era considerado grande. Foi usado um maior nº de materiais compostos em sua produção visando maior resistência e diminuição de peso. Também foi feito algumas alterações de desenho de peças para que elas fossem produzidas em massa, como foi feito com o AKM-47 quando da transição do AK. Também foi alterado para que recebesse acessórios como miras, baioneta e lança granadas. Visando os soldados que vão embarcados, o fuzil usa coronha rebatível tal qual o RPK-74, sendo rebatível para o lado esquerdo.

 
 
ASM 2º modelo

Os testes de campo mostraram que o modelo de Stechkin era mais simples, mas perdia no quesito precisão quando disparados em burts. Por sua vez, o modelo ASM perdia quando em regimes automáticos, mas ganhava na precisão quando se usava burst. O modelo ASM foi mandado para testes em várias regiões da Rússia, nas mais variadas intempéries e ficou constatado que ele tinha uma maior precisão se comparado com o AK-74 e também ao M16A2. O alcance efetivo do ASM era de 625 metros, o que era excelente.

O Ministério da Defesa russo chega a seguinte conclusão. O modelo ASM foi o que atendeu todos os requisitos, ter a melhor precisão em regime automático e em burst. Foi observado que o fuzil disparava com o menor índice de panes em várias condições de disparo. Também foi observado que a durabilidade do fuzil, de suas peças e eficácia geral dos disparos era maior que o modelo de Stechkin. Para tanto, foi estabelecida uma produção inicial de 120 fuzis para avaliações militares.
 

 
 
ASM 3º modelo

Em 1991, os russos concluíram que o ASM havia preenchidos todos os requisitos e, mesmo disparando em condições desfavoráveis, era melhor que o AK-74. A meta era adotar o ASM como arma secundária, onde substituiria, gradativamente, o AK-74. Foi somente em 1993 que o ocidente teve conhecimento desse fuzil após o fim da URSS. Em 1994, o Ministério da Defesa recomenda a adoção do fuzil de Nikonov. Após mais uma série de testes, o Ministério da Defesa adota oficialmente o fuzil como Automat Nikonov 1994 AN-94. No ano seguinte começa a produção dos primeiros lotes.

 
Modelo final do ASM




 
AN-94

Carregador inclinado? Rampa articulada para alimentação do cano? Caixa de mecanismo de disparo dentro da caixa da culatra? Roldana? Cabo de aço? Tudo isso em um fuzil? Sim, caro Leitor, você, não leu errado. Explicaremos esse relógio suíço made in USSR chamado AN-94.
 
 

 
AN-94


Nikonov tinha ciência dos conceitos teóricos e práticos da alta cadência de disparo no programa alemão G11, onde a cadência era tão rápida que o fuzil disparava 3 disparos tão rápidos que o soldado sentia o recuo de 1 disparo quando, na verdade, nesse meio tempo haviam sido disparados 3 projéteis. Esse era a teoria do blowback de pulso deslocado. Para isso, o G11 tinha um desenho completamente diferente de qualquer outro fuzil e se a meta era bater o AK-74, seria impossível manter o desenho técnico de Kalashnikov.

A ideia do AN-94 era justamente essa. Uma arma que disparasse tão rápido que o atirador sentiria o recuo de 1 disparo quando na verdade eram 2 disparos. A cadência de disparo era tão alta que assim que o ferrolho fosse travado, 2 projéteis teriam saído do cano. Teoricamente, os 2 projéteis acertariam o mesmo ponto de impacto. No blowback de pulso deslocado, a velocidade do disparo é tão grande que o cano mal se levanta no 1º disparo, fazendo com que os 2 projéteis sigam uma trajetória quase igual ao mesmo tempo que o soldado sente o recuo de 1 disparo ao invés de 2. Falamos teoricamente porque na prática nem sempre acontecia isso.
 

AN-94. Note que a arma é mais volumosa que os demais fuzis de assalto.


Os primeiros protótipos de Nikonov trabalhavam com burst de 3 disparos. Em testes com a arma travada em estativa, mostraram que o 3º disparo sempre errava o alvo. Porque é impossível manter uma arma estável e controlável em regimes automáticos para tiros precisos. Os engenheiros então alteraram o burst para 2 disparos. Para fazer isso com 2 disparos, havia todo um complexo mecanismo de disparo. O fuzil era tão complexo que as peças eram muito robustas, firmes, apertadas, visando uma maior durabilidade e confiabilidade sem comprometer a ergonomia do fuzil. Dentro do fuzil, por causa do método de disparo (que será explicado mais abaixo), havia um deslocamento de peças em uma velocidade alta pelo blowback de pulso deslocado. Isso fazia com que as peças se atritassem com mais força.

Desmontagem do AN-94. Note a complexidade das peças internas.


A alta complexidade do fuzil proibia uma manutenção fácil. Além da robustez e dureza das peças, as peças eram apertadas e todas próximas uma das outras. Isso era um pesadelo porque isso não permitia cavidades para que o soldado usasse os dedos de forma mais fácil. Era como desmontar um relógio suíço gigante. Isso só foi constatado quando os soldados passaram a testá-lo em campo. Na hora de desmontar e limpar o fuzil, não conseguiam como no AK-74. Passavam muito tempo só tentando desmontar e montar o fuzil. A complexidade dele era tamanha que o Ministério da Defesa russo limitou as compras de novos lotes. É por isso que ele foi adquirido em poucas quantidades. A bem da verdade todas as compras foram em lotes pequenos. O fuzil era caro, mas não tão caro assim para o que se propunha e a sua introdução gradativa. Somente a título comparativo, 1 AN-94 valia 5 AK-74.

Mas temos que evitar uma confusão aqui. Se reparar, verá que o programa levou mais de 10 anos para ser terminado, o que é um absurdo. Isso se deu não somente pela complexidade, mas pela falta de dinheiro para o programa e pesquisas. Naquela época a URSS passava por uma série crise financeira que só piorou depois de 1991. A questão de dinheiro foi parcialmente amenizada porque desde o começo ele seria comprado em pequenos lotes, o problema era a complexidade do fuzil que beirava a loucura. Isso incidia também sobre a produção. A produção era demorada porque cada peça tinha que ser montada quase que artesanalmente. E mesmo assim, era comum o fuzil voltar para a linha de montagem porque uma peça estava mal encaixada.
 

AN-94 ostentados em comemorações russas.


Em virtude da sua pequena produção e adoção, o AN-94 foi visto como mais adequado para tropas especiais e de segurança. O soldado comum necessitaria de muito mais tempo e treino com o fuzil para estar apto a operá-lo. E mesmo assim, no campo de batalha, seria muito difícil fazer a devida manutenção. Aqui falamos do soldado médio, o soldado com uma aptidão média se comparada com outros soldados. Nesse diapasão o fuzil foi mais bem aproveitado com as tropas especiais. Membros dessas equipes tem um grau de instrução maior, mais adestramento e maior grau de aprendizagem pela seleção que é feita. Para eles, desmontar, manter e montar um AN-94 não é algo difícil, sendo assim um fuzil com um melhor aproveitamento.

Em uso, o fuzil cumpre o que promete. Ele não tem um sistema de balanceamento de recuo, apenas o blowback de pulso deslocado. A bem da verdade, tem um sistema parecido ao balanceamento, mas tem outros propósitos como será explicado mais abaixo. Para manter a arma controlável e precisa, um complexo compensador é usado. Note que, durante o processo de desenvolvimento, vários compensadores foram pesquisados. O compensador também funciona como quebrachamas. Ele tem duas câmaras e dois orifícios logo em seguida. Essas câmaras, além segurar momentaneamente o impulso do excesso dos gases, também represa parte das chamas.
 

AN-94.


O seletor de disparo é um ponto conflitante quando se estabelece simplicidade como requisito. A trava está acima do guardamato, fácil e prático. O seletor está também acima do guarda mato, no lado direito. É uma tecla onde você opta por semi, burst e automático. O problema é que essa tecla tem um curso muito curto. Para acionar, o soldado deve apertar a tecla e, pressionada, mover para frente, posicionando no regime que ele quer usar. O problema é que esse curso tem um comprimento de algo em torno de 10 cm. Ele tem que ter extremo cuidado para colocar a tecla no regime desejado. A coisa vai piorar se ele usar luvas. Muito pior se for luvas de inverno.

Quem disparou é unânime. O fuzil em burst impressiona. São 2 disparos e você sente o recuo de 1. A dispersão dos disparos é mínima e excelente até 150 metros, onde os 2 projéteis acertam o alvo, um muito próximo ao outro. A 300 metros, passa a ter o mesmo rendimento de um AK-74. E em regime automático, a dispersão dos projéteis é igual ao AK-74. Desta forma o AN-94 deve ser melhor utilizado com burst em distâncias não superiores a 100 metros. O treino é importante porque em tiros de burst, é como se o soldado atirasse com um carregador de 15 cartuchos. A cada disparo vão 2 cartuchos. 15 premidas no gatilho e lá foi o carregador inteiro.
 

AN-94. Note como a baioneta é disposta.


E por falar no carregador, não notou algo de estranho? Note que nos fuzis convencionais, o carregador está praticamente alinhado com a base do cano. No AN-94, há uma grande distância entre o carregador e a base do cano. Isso é devido em função da rampa articulada que serve para o 2º cartucho no burst e nos demais em semi ou automático. Essa rampa está entre o carregador e a base do cano, por isso a distância citada. Ao disparar, uma alavanca empurra um cartucho do carregador para essa rampa e ele fica ali parado. Quando o grupo de mecanismo interno recua, uma outra alavanca finalmente empurra o cartucho para a câmara do cano. A distância entre o carregador e a base do cano é algo em torno de 58 mm, que é o comprimento total do cartucho.

Esta não é a única alteração no carregador. Notou que ele é levemente inclinado para o lado direito? Não é um modismo. O complexo sistema de alimentação do AN-94 exige que ele seja deslocado levemente para que o cartucho seja introduzido na rampa com rapidez. Se o carregador fosse na posição normal, o fuzil seria alimentado normalmente porém a velocidade cairia um pouco por causa da posição da alavanca que em empurra o cartucho. Esse pouco é suficiente para que o impulso blowback de pulso deslocado perca eficácia, diminuindo o controle e aumentando a dispersão. Desta forma, ao inclinar o carregador, a posição é favorável para que o cartucho seja posto mais rapidamente na rampa de alimentação.
 

 
AN-94. Note o carregador na diagonal.


Se a posição do carregador ajuda no processo de disparo, atrapalha a vida do soldado. Algumas vezes o soldado apoia o carregador quando está em uma posição estável ou quer uma maior precisão do disparo. Pode ser qualquer superfície que dê estabilidade. Com o AN-94 isso é impossível. Os soldados que fizeram os testes de campo notaram que não conseguiam apoiar o fuzil, pois ele tombava para um dos lados em virtude do desequilíbrio. Com o AK-47, AKM-47 e AK-74 o uso como apoio chegava a ser corriqueiro, mas impossível com o AN-94.

E nem só isso atrapalhava a vida do soldado. A mira dióptrica se mostrou não muito boa. Embora aberta, ela limitava o campo de visão do soldado. Outro problema notado era a resposta de tiro. Quando o soldado empunhava o fuzil e fazia a mira, ele perdia mais tempo enquadrando a alça de mira porque, ao olho do soldado, o furo da mira não está no centro da alça e sim no lado esquerdo dela, já que parte da alça de mira está do lado direito. É natural ao fazer a mira olhar para o centro da mira e não ao lado dela. Em condições de baixa luminosa, também se perdia tempo fazendo a visada do alvo. E por fim, a mira se sujava muito fácil, já que não tinha nenhuma proteção lateral. O soldado passava mais tempo limpando a mira.
 
Note a mira dióptrica. Ela se sujava com muita facilidade e atrapalhava a visada lateral direita do alvo.


O AN-94 viu ação real. Na primeira guerra da Chechênia onde os russos tomaram uma surra, o fuzil foi usado em combate real. Foi em cima desses combates que os pontos acima foram relatados. Foi nessa guerra também que o AEK-971 também foi testado. O AEK-971 tinha sido rejeitado no processo de escolha. Pela sua simplicidade ele foi posto a prova de fogo porque isso chamou a atenção de muitos militares russos que viram na arma pontos positivos e válidos. É aquela velha máxima, só sabemos da eficácia do projeto quando ele é posto a fogo.

Assim como o AK-74, o AN-94 permite o uso de miras especiais com a mesma barra lateral da caixa da culatra que se tem no AK-74. Da mesma forma, ele também pode usar lançadores de granadas, como o GP-25 e GP-30. Para tanto, ele é fixado pelo trilho guia do cano. Para o uso das granadas, também se sugere o uso do amortecedor na soleira da coronha. A baioneta também pode ser usada.
 

 
As tropas especiais do Quirguistão usam o AN-94. Note que a mira ótica usa um adaptador lateral.


O AN-94 continua a ser usado por algumas unidades do exército russo e órgãos de segurança. Alguns países aliados da Rússia também o usam com suas tropas especiais, como o Quirquistão. Não houve mais interesse do governo russo em adquirir mais unidades do AN-94 porque se mostrou uma arma muito complexa e cara. Com o fim do programa G11 alemão nos anos 90, a Rússia não via mais a necessidade de uma nova superarma. A prioridade do governo russo passou a ser a substituição do AK-74 e, mesmo assim, tem se arrastado por muito tempo, focalizando uma arma mais barata e mais simples, conforme a filosofia de emprego do AK-47 ainda nos anos 40, uma arma simples e barata, de fácil treino, coisa que o AN-94 jamais poderia ser.

AN-94 com um lançador de granadas. Note a base de borracha na coronha para amortecimento.


AN-94

Calibre: 5,45 x 39 mm
Comprimento total: 943 mm
Comprimento do cano: 405 mm
Comp. com coronha rebatida: 728 mm
Peso: 3,8 kg
Cadência de disparo: 1.800/600 dpm
Carregador: 30 cartuchos

Como funciona


Caro Leitor, deixamos esta parte no fim porque o blowback de pulso deslocado é complexo de explicar como funciona e ia estragar a história se fosse contado antes. Tenha a mente aberta para uma coisa importante. Dentro da caixa da culatra existe um grupo de mecanismo em uma pequena caixa que contém o transportador do ferrolho, ferrolho e cano integrados, eles estão conectados mas não fixos.

Ao colocar o carregador, o soldado puxa a alavanca de manejo até o fim. Esse movimento vai fazer um cabo de aço se mover por uma roldana. Esse cabo de aço está ligado ao dispositivo que alimenta o cano. Ao puxar a alavanca para trás, o movimento ao contrário do cabo faz mover para frente esse dispositivo, colocando um cartucho do carregador não diretamente na câmara do cano e sim em uma rampa articulada. Nesse momento, a alavanca de manejo está no fim do seu curto. Quando o soldado a move para frente, essa rampa articulada move-se para cima ao passo que o dispositivo de alimentação insere finalmente o cartucho na câmara do cano.
 
Parte do grupo do ferrolho. Note a roldana com um cabo de aço. Esse mecanismo é responsável pelo rápido movimento de alimentação da arma. Ao lado pode se ver a alavanca de manejo.


A arma esta carregada e pronta para disparo. Ao disparar, o recuo faz com que aquela caixa de mecanismo interna se mova para trás, ou seja, o transportador do ferrolho, ferrolho e cano. Após o disparo, os gases entram em um orifício acima do cano, comprimindo o pistão que faz mover o transportador do ferrolho. Neste momento os ressaltos do ferrolho giram para a esquerda e se alinham com as saliências da câmara do cano, destravando o ferrolho. Por sua vez, a caixa de mecanismo interna se move alguns milímetros, juntamente com o cano. Isso serve para amortizar o recuo e fazer com que a câmara do cano esteja mais perto da rampa alimentadora.

Nesse movimento, a pressão interna diminui a níveis seguros e o ferrolho vira para a esquerda, destravando-se da câmara do cano e ejetando quase que ao mesmo tempo a cápsula do cano. O transportador do ferrolho desloca-se para trás em uma alta velocidade enquanto que o cano ainda se movimentando mais lentamente. Note que temos duas partes recuando em velocidades diferentes. Ao chegar ao fim do retrocesso do transportador do ferrolho, aquela roldana entra em cena, movendo o dispositivo de alimentação para frente, colocando um 2º cartucho na rampa enquanto o cano ainda se locomove para trás em virtude do primeiro disparo. Quando o cano chega ao fim do seu curso e se prepara para voltar à posição inicial, o 2º cartucho (na rampa de alimentação) é introduzido na câmara enquanto o cano ainda se locomove nos seus instantes finais de retrocesso.
 

 
Note a cápsula sendo retirada enquanto que o cartucho do carregador está pré-posicionado em uma pequena rampa. Enquanto o grupo do ferrolho ainda move para trás, essa cápsula é ejetada e o cartucho na rampa é inserido na câmara do cano enquanto o cano ainda se move para trás.


O movimento da roldana com o cabo de ação continua, colocando um cartucho novo na rampa alimentadora e em seguida é colocado na câmara do cano. Nesse momento, o cão bate no percussor do ferrolho que foi descolado para frente junto com uma mola situada atrás justamente para isso. Tudo isso enquanto o cano recém chega ao final do seu curso de retrocesso. Nesse momento, o 2º cartucho é disparado, ainda com o cano no final do seu curso. O projétil sai e aí então começa o cano a voltar para frente impulsionado pela mola recuperadora, junto com a caixa de mecanismo interna, transportador do ferrolho, ferrolho e cano. O ferrolho chega à câmara do cano. Os ressaltos do ferrolho passam pelas saliências da câmara do cano, rotacionando o ferrolho para a direita e assim travando o ferrolho para o próximo disparo.

Se notar, foram 2 disparos com 1 movimento de retrocesso de cano. A mola recuperadora está em um tubo localizado abaixo do cano. É essa mola que faz a caixa de mecanismo interno ir e voltar. E sobre a estrutura dessa mola está o trilho guia do cano, que permite o movimento de ida e volta, mantendo a precisão do disparo. Caro Leitor, se você achou isso surrealista, parabéns, você entendeu o sistema! Como pode ver, o conceito é simples e eficaz, mas a mecânica para isso é algo fora da realidade.
 
 

Fonte/Créditos: Arma Bellica, por Alfredo André

Comentários:

/Dê sua opinião

Se o Governo mandar recolher todas as armas legalmente compradas, o que você faria?

Publicidade
Publicidade

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!