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Dicas para segurança pessoal

Veja na matéria algumas dicas valiosas para sua segurança pessoal.

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Dicas para segurança pessoal
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Dicas para segurança pessoal.



Segue abaixo algumas dicas valiosas para sua segurança pessoal.
 
Interpelação regular
 
A interpelação regular é a mais comum forma de contato. Nesta fase, o criminoso está procurando, junto à eventual vítima, por sua desatenção em relação à ele ou ao seu intento, e já começando a se posicionar para o ataque, principalmente se notar medo por parte da pessoa escolhida. Freqüentemente o interpelador pergunta, à pessoa (esta quase sempre ainda inocente do perigo que corre), coisas bastante corriqueiras, como por exemplo: 
 
pelas horas, informações genéricas sobre serviços, pede algum favor, oferece algum tipo de ajuda, ou, simplesmente, puxa conversa com a futura vítima sob um pretexto qualquer. Isso tudo serve para ver se a pessoa está predisposta a “colaborar”, ou seja: se a futura presa se deixará ser assaltada sem muita reação. O assaltante está testando os limites da sua vítima.
 
A partir do momento em que algum tipo de precedente lhe é dado, quando um canal de comunicação é aberto, quando o contato dá certo e estabelece-se algum tipo de ligação entre ambos, o criminoso, então, começa a ver até onde pode ir com sua conversa. Ele incrementa suas insinuações e torna-se inconveniente, ofensivo, num processo de comportamento que passa a se tornar uma clara ameaça para a pessoa abordada.
 
Nessa fase, o criminoso também está procurando, atentamente, por um excessivo nervosismo da pessoa em relação à sua presença. Algumas pessoas logo percebem o ameaçador intento do bandido e, tentando aparentar uma serena e controlada severidade, na realidade se mostram extremamente nervosas, já quase em pânico, e agem com uma certa rispidez que, obviamente, não condiz com a sua pessoa, tudo isso numa desesperada tentativa de afastar o indivíduo ameaçador. Isso, quase sempre, diz ao criminoso que ele pode continuar, porque a pessoa está, realmente, apavorada com a sua presença. É uma vítima perfeita. A partir do momento em que o criminoso percebe alguns desses sinais, continua a interpelação, de forma cada vez mais constrangedora e ousada.
 
Um ponto-chave a se atentar, no caso particular de estupradores, é que eles, além da conversa, quase sempre tocam fisicamente a pessoa cobiçada, com a qual estão fazendo contato. Se você for mulher, atente sempre para esse fato e pergunte a si mesma:
 
“Esse cara precisa ficar me tocando, só para me pedir uma orientação?”
 
“O toque físico é um ponto crítico a se atentar seriamente, para quem se confrontar com um indivíduo claramente suspeito ou agressivo.”
 
Freqüentemente os toques físicos iniciais não são particularmente ameaçadores, mas normalmente existem. Esses toques servem para o criminoso avaliar se pode violar os limites corporais da futura vítima, logo de saída, ou não. Se ele achar que sim, parte logo para os abusos pretendidos.
 
Ardis e armadilhas são muito empregados nos crimes. Como se parecem os sinais indicativos de um crime prestes a se consumar? Às vezes não é fácil identificá-los. Veja alguns deles em seguida, como exemplo. Você, leitor, a partir desses modelos, deve extrapolar suas características fundamentais para outras situações, para outros locais e horários, pois, em todos os casos, haverá sempre uma certa similaridade de comportamento por parte dos criminosos.
 
Pessoas gratuitamente cordatas
 
Uma das formas mais usadas pelos criminosos para se aproximarem de suas presas é se mostrando simpáticos e prestativos, usando de bons modos, sendo solidários, ao mesmo tempo em que se apresentam com boa aparência. Isso acontece muito quando as vítimas escolhidas são pessoas idosas, crianças, e/ou, adolescentes.
 
“A simpatia muitas vezes é usada nas preliminares dos assaltos.”
 
No caso de raptos de menores, essa técnica é particularmente usada, como por exemplo, com as seguintes conotações: promessa de amor e afeição, oferecimentos para brincar, promessas de fama, promessas de emprego etc. Parece incrível, mas até os adolescentes mais “malandros” caem nas conversas dos criminosos, pois resistir ao que eles prometem é muito difícil, até para o mais esperto dos jovens. Os bandidos jogam sabiamente com os sonhos dos adolescentes. Para evitar essas perigosas formas de aproximação, as crianças devem, desde bem novinhas, ser ensinadas, dentre outros cuidados, a não dar ouvidos a estranhos, nem deixar que estranhos se aproximem delas, sejam lá quais forem os pretextos utilizados.
 
Perigosos pedidos de auxílio


 
Pedidos de auxílio também são usados como ardis para a aproximação criminosa, mormente em relação às crianças. Crianças bem educadas, normalmente, não se negam a ajudar uma pessoa em dificuldades – e isso é do conhecimento dos criminosos, principalmente dos raptores e molestadores.
 
“Observe atentamente as pessoas que pedem auxílio. Se elas não forem suficientemente convincentes, não se envolva.”
 
Recuse-se a ajudar uma pessoa suspeita, de preferência com educação, mas com segurança e decisão. Ensine e permita isso às suas crianças. Saiba que alguns assaltantes são capazes até de, por exemplo, engessar um dos braços, só para poder pedir auxílio a alguém, e daí, cometer seus crimes!
 
“Porque ele escolheu logo a mim para perguntar as horas?”
 
“Porque ele insiste em me pedir esmolas?”
 
“Esse cara precisa ficar me tocando, só para pedir uma orientação?”
 
“Esse homem não me parece estar necessitando de ajuda!”
 
Conjecturas e perguntas assim devem ser feitas aos seus botões, sempre que uma pessoa suspeita se aproxime de você, aparentemente sem uma razão especifica que justifique plenamente o contato. Claro está que você não pode se encrespar ou agredir qualquer pessoa que lhe peça auxílio, pois isso pode realmente acontecer de boa fé, sem se tratar de um ataque. No entanto, mantenha-se sempre desconfiante. Estanque e olhe ao seu redor, rapidamente, para ver se não há outros indivíduos suspeitos se aproximando nervosamente de você, trocando olhares com o seu interpelador e parecendo ansiosas, apressadas.
 
Se o ataque for em grupo, dificilmente a pessoa que lhe dirigiu a palavra será a que iniciará o ataque, o qual, normalmente, lhe será perpetrado pelos lados e/ou por trás, por outros indivíduos. O primeiro indivíduo só lhe prendeu a atenção por instantes, o suficiente para você se descuidar, prestar atenção nele e permitir o ataque de surpresa, por onde você não esperava.
 
O excessivo interesse em suas coisas
 
Outro sinal criminoso é um excessivo e descabido interesse em você, ou nas suas coisas, por parte de um estranho.
 
“Se uma pessoa estiver observando você, desconfie.”
 
Nas ruas, as pessoas geralmente evitam o contato visual olho-no-olho. As pessoas podem olhar você, mas raramente alguém fixa o olhar em você. Se um indivíduo olha você e parece esquivo, tentando disfarçar a própria presença, pergunte a você mesmo porque ele se comporta de forma não anti-natural. Raramente, no entanto, se consegue identificar a iminência de um ataque apenas pelo olhar do indivíduo suspeito. Outros indicadores são necessários para que você possa reconhecer um verdadeiro ataque, e, com isso, não confundir uma situação qualquer, com um real e eventual assalto, ou agressão a você – evitando assim enganos que podem se tornar fatos muito desagradáveis. Para avaliar melhor a situação, olhe, também, por exemplo, as mãos desses indivíduos. Mãos crispadas ou punhos cerrados, significam um ataque iminente. Fique em guarda, ou fuja, pois normalmente isso é uma evidência clara de uma tentativa de assalto, repito, a qual recai nos punhos cerrados, ou numa arma qualquer à vista.
 
Raramente se consegue identificar a iminência de um ataque apenas pelo olhar do indivíduo suspeito. Outros indicadores são necessários para que você possa reconhecer um verdadeiro ataque, e, com isso, não confundir uma situação qualquer com um real e eventual assalto ou agressão a você – evitando assim enganos que podem se tornar fatos muito desagradáveis.
A abordagem silenciosa
 
A abordagem ou interpelação silenciosa é aquela que as pessoas mais temem. O criminoso se coloca (mormente nas ruas) de forma a que possa ver claramente as pessoas passando, como que desfilando ante seu olhar perscrutador. Ele julga as pessoas apenas por observar sua linguagem corporal, e o estado de alerta de cada uma delas em relação às coisas que as cercam. Criminosos aprendem a ler a linguagem corporal das pessoas. Isso é algo absolutamente natural em suas vidas. Quando ele vê uma pessoa que julgue poder atacar com sucesso, age rapidamente.
 
Os criminosos, portanto, escolhem suas vítimas. Eles as escolhem a partir da observação das pessoas. Suas observações e conjecturas procuram responder a muitas questões, como por exemplo:
 
“Será que ela carrega algo de valor?”
 
“Tenho um caminho para escapar?” “Tenho privacidade para assaltá-la?”
 
“Tenho acesso adequado ao futuro freguês?”
 
“Posso fazer isso sem ser apanhado?”
 
“Está a futura vítima parecendo preocupada?”
 
“Saberá ela o que a espera?”
 
“Estará ela propensa a lutar, gritar ou fugir?”
 
“Poderá a surpresa inibir a minha vítima?”
 
“Poderei eu controlar a pessoa o tempo todo?”
 
Essas questões não são propriamente articuladas a nível consciente, pelo criminoso. Elas aparecem como uma rápida avaliação mental, uma coisa instintiva. A decisão do ataque, entretanto, pode ser tomada imediatamente, ou, ainda, depois de um certo tempo, depois do criminoso seguir cuidadosamente a futura vítima, observando-a atentamente e sem se deixar ser percebido por ela. Por isso, este é o criminoso mais difícil de se perceber, e o seu crime o mais difícil de prever e/ou de se evitar, porque, simplesmente:
 
“Na maioria das vezes, as pessoas estão desatentas a quase tudo o que se passa ao redor delas, principalmente em relação a ele, o bandido.”
 
O atacante, ao perseguir a vítima, está sempre mudando a sua localização em relação a ela, para correr menos riscos de ser notado. Assim, quando ataca, sob a perspectiva da vítima desatenta, o criminoso, literalmente surgiu do nada, de parte nenhuma!
 
Na realidade, muitos desses ataques podem (ou poderiam) ser evitados, se fossem devidamente previstos, bastando para isso que, simplesmente, de vez em quando, a pessoa olhasse ao redor de si mesma para ver se alguém, de intenções suspeitas, está presente na área (e tem que haver essa intenção por parte da pessoa precavida: a de ver se há alguém suspeito por perto), ou a seguindo. Tente manter um certo “território pessoal” ao seu redor, território este que, se você sentir que o mesmo está sendo inconvenientemente invadido, deve ser preservado e defendido. Tome logo suas precauções, mesmo que isso signifique a fuga.
 
Nas grandes cidades, entretanto, onde as ruas costumam viver apinhadas de pessoas, manter essa espécie de “território pessoal” é praticamente impossível. Numa rua cheia de pessoas andando apressadas, se esbarrando, correndo, o seu “território pessoal” se resume aos limites das suas roupas. O que fazer, então?
 
“Procure não se parecer com uma presa fácil, desatenta, frágil e disponível!”
 
Caminhe com decisão. Use roupas agressivas. Se você for mulher, não exponha desnecessariamente o seu corpo. E se for uma mulher jovem, adolescente, procure demonstrar que não é tão jovem assim (por incrível que pareça). Não aparente cansaço. Olhe sempre em todas as direções, sempre de forma altiva e firme. Mostre que você está atento ao que se passa ao seu redor. Não fique de bobeira, sem saber para onde vai.
 
Não pare por muito tempo para apreciar vitrines, aparentando estar completamente no mundo da lua. Lembre-se de que quem olha muito as vitrines é porque deseja, ou pode querer comprar algo, e isso pode ser um indicador de que a pessoa pode possuir algum dinheiro consigo, e essa hipótese pode atrair ladrões! Da mesma forma, olhar sempre o mesmo tipo de vitrine, como, por exemplo, lojas de calçados, pode significar um real interesse da pessoa em comprar algo, o que não é a mesma coisa que olhar todo e qualquer tipo de vitrine, o que pode apenas significar curiosidade. Os ladrões avaliam isso!
 
Para tudo dar certo, entretanto, precisa-se também saber perceber as artimanhas dos assaltantes, como já mencionei, e aprender a olhar para os lugares onde o criminoso poderá estar situado, ou, para seus movimentos. Em seguida apresentarei algumas situações de perigo, extremamente comuns, que devem ser observadas (infelizmente não poderei indicar todas as situações perigosas, por motivos óbvios).

A correlação de movimentos
 
Esse talvez seja o sinal mais importante a ser atentado por você, quando estiver nas ruas. Se isso acontecer, você certamente estará sendo, no mínimo, observado. Os sinais do criminoso, freqüentemente, tomam a forma de algum tipo de correlação dele com você, ou seja: a correlação dos movimentos de alguém, com os de você próprio. Se alguém estiver ‘pari passu’ com você, como que imitando seus movimentos, sua velocidade e tipo de deslocamento, desconfie. Você pára, o indivíduo pára; você anda, ele anda; você atravessa uma rua, ele também. Esse indivíduo, certamente o estará seguindo, no mínimo.
 
“Se, ao mesmo tempo, a distância entre você e o suspeito for diminuindo, apesar de você ter aumentado a sua velocidade, é indício criminoso, na certa!”
 
As chances de alguém fazer exatamente o mesmo tipo de movimento que você, na mesma cadência, na mesma velocidade, no mesmo rumo, e na mesma hora, são quase zero. E se você fizer um movimento totalmente inesperado, e a pessoa suspeita também o fizer, é ataque sendo planejado, na certa, com 100% de chances de acontecer, se você não tratar de se safar.
 
Os movimentos dos predadores devem alertar você imediatamente. Muitas vezes eles são relativamente fáceis de se identificar. Se, por exemplo, você, ao caminhar, tem seus movimentos impedidos por um indivíduo, ou por mais de um, e/ou se você, repentinamente, descobre uns caras cercando você, ou se movendo em sua direção, atenção!
 
Esses movimentos podem redundar numa colisão frontal, cara a cara, ou por um choque vindo de trás. Muito provavelmente porém, o oponente virá pelo seu lado ou obliquamente a você. Crimes de contato físico direto são muitas vezes precedidos por esses movimentos, que servem para posicionar melhor os bandidos em relação ao “alvo”. Imediatamente procure uma saída.
 
Você, com certeza, já pensou algo assim:
 
“Porque essa pessoa está impedindo meus movimentos?”
 
Se não lhe aconteceu nada, foi por pura sorte. Um encontrão, nas ruas, é algo relativamente comum. No entanto, lembre-se sempre:
 
“Toda vez que alguém se aproximar demais de você, impedindo seus movimentos normais, desconfie.”
 
Um dos maiores indicadores de que um crime está prestes a se realizar, portanto, é quando os movimentos normais de uma pessoa (a vítima em potencial) são, de forma não natural, ou, com desnecessária violência, bloqueados ou impedidos por outra (ou por outros – os criminosos). O pior é que, quando um bloqueio violento ocorre, quase sempre o ataque já está acontecendo, e se a vítima foi apanhada de surpresa, quase nada poderá fazer para se defender. O “x” da questão é não se deixar ser apanhado por um ataque dessa natureza, obviamente. Esse conceito tanto vale para uma pessoa caminhando, à pé, quanto para uma pessoa dirigindo um carro, uma bicicleta, etc.
 
A maioria dos pedestres vão e vêm, cruzam uns com os outros, em calada cooperação, desviando um pouquinho aqui, dando um espaço ali. Aquele que não o faz, pode ter algum outro propósito em mente. Quando você for inesperadamente parado, rapidamente olhe para as mãos do indivíduo que o bloqueou, assim como leve as suas mãos à altura do peito – para se defender, ou para empurrar fortemente o indivíduo que o barrou, a fim de abrir caminho. Daí, desvie-se e olhe para ambos os lados. Ganhe espaço o mais rápido que puder. Velocidade conta. Nos casos de ameaças onde as presas são drasticamente barradas, impedidas de continuar andando, os ataques costumam ser muito rápidos, acontecendo imediatamente, o que nem sempre dá tempo da pessoa fugir ou reagir. Por isso, essas situações devem ser evitadas em tempo hábil, se possível, como já mencionei.
 
“Quando alguém impede seus movimentos, contra sua vontade, coloque-se de prontidão, pois um ataque criminoso pode estar se configurando.”
 
Muitos jovens têm o prazer de barrar a frente das pessoas, como se estivessem brincando, quando elas estão caminhando. Não é fácil evitar esse tipo de confrontação. Isso pode ser meramente uma isca para você parar e querer dar uma bronca no engraçadinho. E quando você se vira para dizer alguma coisa, percebe outro elemento se movendo resolutamente pelo seu lado, com os punhos cerrados. É assalto na certa! A brincadeira foi só um artifício para fazer você se assustar e ficar à mercê dos bandidos.

Um indivíduo em posição suspeita ou uma súbita mudança da atitude
 
Quando você passar por perto de um indivíduo (ou grupo de indivíduos) e ele, subitamente, muda de atitude, como por exemplo, passando a seguir você, desconfie. Passe a reparar se os movimentos dele se correlacionam com os seus. Se isso acontecer, você poderá ter sido escolhido como presa. Teste o indivíduo. Tente perceber se você está sendo cercado por outros caras, ou sendo levado para um “beco sem saída”. Tente ver se o indivíduo suspeito se comunica disfarçadamente com outros. Repare nas mãos dele: estão nos bolsos, de forma anti-natural? Ele tem os punhos cerrados? Se coisas assim acontecerem, deve ser um ataque por vir. Se você se sentir mal com a situação e tiver certeza de que está sendo seguido, prepare-se para lutar ou fugir.
 
Um indivíduo em posição suspeita
 
O sinal criminoso pode ser também, simplesmente, o da presença inexplicável de um indivíduo, num determinado lugar – presença essa que faz você perguntar a si mesmo:
 
“O que estará ele fazendo ali?”
 
Indivíduos estranhamente colocados, atrás de árvores, por exemplo, como se estivessem à espreita, meio escondidos, disfarçando, olhando você de soslaio e outros comportamentos esquisitos, devem ser vistos com bastante reserva e cautela, obviamente. Atravesse a rua, mudando de calçada. Procure não cruzar com eles. Se a atitude suspeita permanecer, a ponto de você ter certeza de que o tal indivíduo está interessado em você, é hora de tentar escapar, e de procurar auxílio – a Polícia, de preferência.

O bloqueio de seus movimentos
 
Um dos maiores indicadores de que um crime está prestes a se realizar é quando os movimentos normais de uma pessoa (a vítima em potencial) são, de forma não natural, bloqueados ou impedidos por outra (ou por outros – os criminosos).
 
Esse conceito tanto vale para uma pessoa caminhando, à pé, quanto para uma pessoa dirigindo um carro, uma bicicleta etc.
 
“Quando alguém impede seus movimentos, contra sua vontade, coloque-se em prontidão, pois um ataque criminoso pode estar se configurando.”
 
Você, com certeza, já pensou algo assim:
 
“Porque essa pessoa está impedindo meus movimentos?”
 
Se não lhe aconteceu nada, foi por pura sorte. Um encontrão, nas ruas, é algo relativamente comum. No entanto, lembre-se: quando alguém se aproxima de você, você está apenas vendo a coisa num pequeno lapso de tempo – aquele lapso de tempo atinente a você, ao seu mundo. Você não viu as outras aproximações, feitas por aquele mesmo indivíduo, anteriormente, em relação a outras potenciais vítimas.
 
Em paralelo, se você não estiver observando os arredores, nunca saberá o que está acontecendo realmente, nem o que representa o comportamento das pessoas – muitas vezes, altamente suspeito.
 
“Toda vez que alguém se aproximar de você, impedindo seus movimentos normais, desconfie.”
 
Muitos jovens têm o prazer de barrar a frente das pessoas, quando elas estão caminhando. É fácil evitar esse tipo de confrontação. Mas às vezes, não. Isso pode ser meramente uma isca. A maioria dos pedestres vão e vêm, cruzam uns com os outros, em calada cooperação, desviando um pouquinho aqui, dando um espaço ali. Aquele que não o faz, pode ter algum outro propósito em mente. E quando você se vira para dizer alguma coisa, percebe outro elemento se movendo resolutamente pelo seu lado, com os punhos cerrados. É assalto na certa!
 
Quando você for inesperadamente parado, rapidamente olhe para as mãos do indivíduo que o bloqueou, assim como leve as suas mãos à altura do peito – para se defender, ou para empurrar fortemente o indivíduo que o barrou, a fim de abrir caminho. Daí, desvie-se e olhe para ambos os lados. Ganhe espaço o mais rápido que puder. Velocidade conta.
 
Abordagem em escalada
 
A interpelação em escalada, por outro lado, começa normalmente com calma, e então, sem um motivo plausível, é incrementada em intensidade, até que explode em violência, no próprio ataque criminoso. Quase sempre, portanto, a pessoa é abordada de forma amistosa e de jeito insuspeito, normal, mas a situação rapidamente se torna insuportável e fora de controle (por parte da vítima). O criminoso então, investe contra os limites da pessoa, rápida e abusivamente, para ver se pode seguir em frente, ou não. Finalmente, quando convencido de que pode ter sucesso, ataca.
 
“Uma forma de suspender uma interpelação em escalada é você fixar limites, definir claramente as linhas divisórias entre você e as outras pessoas, e estar preparado para defender suas fronteiras, sem hesitação.”
 
Esse conceito é semelhante ao caso do “território pessoal”. “Território pessoal” é um hipotético espaço que você reserva ao redor de si, o qual não deve ser invadido. Se o for – e isso obviamente acontece em logradouros cheios de gente – você deve permitir apenas uma “invasão” dentro de limites razoáveis, necessários e suficientes, dentro da normalidade das coisas. Um exemplo é quando uma pessoa da rua pede uma esmola, invadindo o seu “território pessoal” de forma indevida, “sem ser convidado”. Daí, sendo atendida na primeira vez, pede mais dinheiro, quase sempre uma quantia que não é mais uma simples esmola. O pedinte, que na realidade é um criminoso, ao estudar os limites da vítima, vendo que ela titubeia, incrementa seus abusos e, finalmente, ataca. Infelizmente, não podemos deixar de desconfiar dessas pessoas.
 
Os estupros “sociais”



 
A abordagem em escalada é algo especialmente comum no chamado “estupro social”, ou “estupro com hora marcada”, ou seja, o abuso provocado por uma pessoa conhecida, com quem se teve um encontro. O estuprador começa a escalada demonstrando a sua demanda por sexo, violando o espaço da vítima, com demonstrações verbais insinuantes, tocando muito a sua presa, fisicamente, logo passando a declarações francamente pornográficas. A vítima, muitas vezes, tenta usar a razão para parar o processo, ou então, mostra-se verbalmente hostil, na vã tentativa de interromper os abusos a que está sendo submetida, num comportamento em que, numa situação normal, pode funcionar. Só que estupro não é uma situação normal. Ao invés de sustar a escalada de violência, que a cada momento cresce mais, a resposta da vítima pode, de fato, estar incrementando-a.
 
Outro fator que pode contribuir para uma situação como essa, é algum tipo de excesso em relação a bebidas alcoólicas ou outros produtos intoxicantes (maconha, cocaína, ‘crack’, ‘speed’ etc). O álcool, bem mais comum que os outros tóxicos, é extremamente perigoso, no que diz respeito ao comportamento humano. No princípio, ele faz com que a pessoa se desiniba, a níveis incrivelmente inadmissíveis. É nessa fase que o indivíduo alcoolizado tenta abusar de sua vítima, dando vazão aos seus mais inferiores, recalcados e infames instintos. No final do processo de alcoolização, quando o cara já tomou todas, ele torna-se deprimido e cansado. Aí, é menos comum uma situação de ataque, pois o organismo dele, saturado, exausto pelo esforço de tentar controlar quimicamente o seu corpo, quer mais é uma cama, com muito Engov e Alka-Seltzer!
 
“Estima-se que 85% dos casos de “estupros sociais” ocorram sob a influência de bebidas alcoólicas.”

Inconvenientes brincadeiras em grupo
 
A interpelação em escalada é também comum em certos grupos de indivíduos de baixa formação moral, mesmo quando seus elementos não são propriamente criminosos. Aquilo que começa como uma tentativa de se aliviar o tédio e as tensões, mexendo-se com alguém estranho ao grupo (ou mesmo com alguém do próprio grupo), por exemplo, pode se tornar em algo violento, numa escalada de injúrias e maldades sem volta.
 
Situações assim são muito comuns entre crianças e adolescentes, por incrível que pareça. No princípio, com o intuito de se divertirem, eles escolhem um deles para palhaço, e começam caçoando dele, mexendo com ele, derrubando-o no chão etc, até que acabam por machucar a pessoa. Se houver álcool no meio, a coisa pode piorar significativamente – e existe, surpreendentemente, muito álcool rolando no meio de adolescentes. Se a pessoa escolhida para alvo das brincadeiras for uma menina, e os “brincalhões”, um grupo de rapazes, a brincadeira pode evoluir para uma curra. Se houver uma faca ou uma arma de fogo com um deles, tudo pode culminar com um assassinato.
 
Assim, como regra geral, por analogia, não se deve permitir que crianças brinquem com outras de idade muito maior.
 
“Adolescentes devem se relacionar com adolescentes. Crianças devem brincar com crianças.”
 
Não nos esqueçamos de que crianças e adolescentes, mormente aqueles de estratos sociais mais sofridos, costumam ser muito cruéis, uns com os outros. Se, no meio de um grupinho, aparecer uma criança menor, mais fraca, esta acabará, certamente, mais cedo ou mais tarde, se constituindo numa vítima dos maiores. Até mesmo em elegantes condomínios de classe média e alta, abusos de toda sorte (inclusive abusos sexuais sérios, com meninos e meninas) são perpetrados contra as crianças menores e mais fracas. E como se não bastasse, quase sempre as vítimas são coagidas a ficarem caladas, sob pena de uma série de outras ameaças, perpetuando-se os abusos – e os pais ficam sem saber de nada. Não se espante. Há inúmeros casos assim, que não são tornados públicos pelo fato das pessoas se envergonharem de estar envolvidas neles, além de outros motivos, obviamente.
 
A abordagem “quente”
 
Na abordagem agressiva, também chamada de interpelação “quente”, o atacante é abertamente hostil em sua abordagem junto à sua presa, logo de saída. O criminoso desafia a futura vítima, muitas vezes na frente de outros indivíduos coniventes, ou igualmente criminosos. Desafiada a vítima, se esta reage de alguma forma, o criminoso ataca, como forma de “reagir à reação” da pessoa. Se a vítima não reage, também é atacada, desta feita com mais certeza de sucesso ainda, por parte do atacante, pois este percebe que a pessoa está com medo. Se a vítima chorar ou implorar por clemência é pior – e isso é particularmente pior nos casos de estupros. O atacante cresce em sua maldade e pode até chegar a matar a vítima, pois percebe que, com ela, poderá fazer tudo o que quiser, daí perdendo o controle sobre os limites de seus atos.

Um comentário ofensivo, ou uma “gracinha”




 
Numa interpelação “quente”, o atacante faz, por exemplo, um comentário pejorativo, rude ou hostil à possível vítima, ou dirige a ela um olhar ameaçador, e usa sua resposta tanto como uma justificativa para atacar, como para avaliar suas chances de sucesso. Certamente muitos de nós gostariam de parar e tomar satisfações com essas criaturas, não é mesmo? Mas para que? 
 
“Não há nada que possa fazer um marginal corrigir, em poucos segundos, e apenas com palavras, um comportamento degenerado, de uma vida inteira.” 
 
Se isso for uma isca, você se lançou a ela! Do contrário, esqueça. Evitar conflito e permanecer em alerta é uma atitude de não-confrontação. Dando uma surra num ‘punk’ não se ganha nada. 
 
Esse artifício criminoso é comum em casos de espancamentos de ‘gays’. O atacante começa chamando o indivíduo por um nome obsceno, ou ofendendo-o aberta e publicamente. Se a pessoa reage verbalmente, mostrando hostilidade, o criminoso usa isso como desculpa para atacar. Se a presa reage com medo, o ataque é imediato e cruel. 
 
A distorcida lógica do criminoso o convence de que qualquer resposta da pessoa justifica o seu ataque. O que a vítima não entende é que o atacante (ou os atacantes) iniciam o processo da ação com a intenção de chegar a ela, normalmente, através de um nível inicial verbal qualquer, e isso é o que menos importa. Ao provocar a vítima, o atacante a irá atacar, de qualquer maneira. Isso já é previamente decidido em sua cabeça. 
O desafio claro 
 
Outro tipo de interpelação agressiva é o ato de valentia em relação à futura vítima. O criminoso quer ver se ele pode seguir adiante, a partir de um claro desafio a você. Se ele puder, ele saberá que está no controle da situação. O atacante chega e abre a conversação com algo do tipo: 
 
“Me dá uma grana, seu filho-da-mãe!” 

Ou então, com a clássica frase: 
 
“O que é que você está olhando, seu babaca?” 
 
Se a pessoa reage com medo, ou de maneira excessivamente defensiva, também por medo, o criminoso sabe que está em clara vantagem. 
 
“Quando alguém chegar a você dessa maneira, só há duas formas de se proceder: deixe-a (fuja), ou, … prepare-se para enfrentá-la e ver-se em sérios apuros.” 
 
A última hipótese é complicada, pois até mesmo profissionais sabem que o melhor é recuar, no caso dessas situações. Normalmente alguém que force uma interpelação quente, desse tipo, quase sempre está convencida de que pode vencer, seja lá com quem for. Do contrário ele não iniciará esse perigoso jogo. E normalmente vence mesmo. 
 
Essa “interpelação agressiva” é usualmente reservada para vítimas masculinas, mas certos estupradores podem também usá-la como uma justificativa para atacar uma mulher, e também, muito comum em casos de espancamentos de ‘gays’. O atacante começa chamando a pessoa por um nome obsceno, ou ofendendo-o aberta e publicamente. Se a pessoa reage verbalmente, mostrando hostilidade, o criminoso usa isso como desculpa para atacar. Se a presa reage com medo, o ataque é imediato e cruel. A distorcida lógica do criminoso o convence de que qualquer resposta da pessoa justifica o seu ataque. Ao provocar a vítima, o atacante a irá atacar, de qualquer maneira. Isso é previamente decidido em sua cabeça. 
 
A abordagem prolongada 
 
A abordagem prolongada: este tipo de interpelação é normalmente usada por ladrões profissionais, chantagistas, persecutores (perseguidores obsessivos) e certos estupradores. Uma interpelação prolongada pode, literalmente, levar meses. Numa interpelação prolongada, o criminoso estuda a futura vítima cuidadosamente, com requintes de detalhes, pois, num desses detalhes pode estar sua chance de atacar com sucesso. 
 
Os assaltantes profissionais 
 
No caso de um ladrão profissional, ele fará um trabalho completo: irá fundo no objeto que ele tem a intenção de roubar, para ver o tipo de segurança do lugar, o seu ‘lay out’, entradas, saídas e outros fatores. 
 
Assaltos a residências são precedidos de longas observações e coleta de dados, assim como a maioria dos seqüestros, onde os criminosos acumulam dados sobre os hábitos das pessoas, de uma série de maneiras, inclusive infiltrando cúmplices seus nas casas das futuras vítimas, normalmente sob a forma de empregados.

Violadores costumeiros
 
Certos estupradores utilizam a abordagem prolongada e, quase sempre, também de forma silenciosa. Eles selecionam a presa e começam a observá-la até aprenderem todos os seus hábitos, seus horários, seus passatempos prediletos e até mesmo suas manias mais íntimas. Isso tudo é feito sem atrair a atenção da vítima que está sendo interpelada.

Os persecutores


 
Por último, uma forma de interpelação prolongada que tem chamado a atenção do público, principalmente nos USA: a persecução (ou o acosso, o acossamento).
 
O persecutor (nos EUA chamado de stalker) é um indivíduo que persegue uma pessoa, estudando seus hábitos, preferências, padrões e horários, como qualquer criminoso profissional; suas ações quase sempre são espaçadas ao longo de muito tempo. Entretanto, ao contrário das interpelações prolongadas normais, o ‘stalker’ deixa propositadamente a vítima saber que ele a está perseguindo, atormentando-a com isso, e mostrando a ela que sempre estará à frente dela, comandado as suas nefastas ações terroristas.
 
Essa situação freqüentemente se combina, a partir de um determinado momento, com interpelações “quentes”, com o insustentável incremento das ameaças, de uma insuportável escalada de ofensas, incríveis abusos morais e emocionais e, finalmente às injúrias físicas finais, que são, na realidade, o objetivo da perseguição.
 
Os USA já possuem leis específicas contra os persecutores, mas o Brasil, não. No entanto, se você puder suprir a Polícia com gravações (vídeo e áudio) sobre o tormento a que está sendo submetido, você estará no caminho certo. Porém, conseguir essas evidências leva tempo, além de ser tarefa muito arriscada. O que faz um persecutor perigoso, por outro lado, é que a decisão de quando agir é quase sempre dele. Se ele decidir atacar durante o período em que você está acumulando provas contra ele, e você já tem suficiente material, e você o mata ou fere gravemente, você provavelmente poderá provar que agiu em legítima defesa. Isso, entretanto, nunca será totalmente garantido. Sem as devidas provas, você certamente irá parar na cadeia.
 
“Não ameace um persecutor com a Polícia. Ao invés disso, consulte-a, e comece, pacientemente, colecionando evidências e provas contra ele.”
 
O persecutor só pode saber que a Polícia está ao seu encalço quando “ela” bater na porta dele com uma ordem de prisão.
 
Esse tipo de indivíduo existe em qualquer classe social e pode ter qualquer idade. Certa ocasião, minha sobrinha de 18 anos veio a mim queixando-se de um rapaz, que pouco a conhecia, o qual a estava perseguindo, telefonando insistentemente para ela e assumindo uma posição tal, como se fosse seu namorado e tivesse completa ascendência sobre ela. Diante das negativas da garota, e dos “foras” que ela sistematicamente lhe dava, sempre por telefone, o rapaz perdia a cabeça, descontrolava-se completamente, como se a moça não devesse fazer aquilo, ou seja, ele achava que ela lhe pertencia e que ela não podia recusá-lo sob qualquer pretexto.
 
Minha sobrinha procurou a Polícia e esta lhe recomendou que ela procurasse arranjar alguma prova do assédio, através de uma gravação ou outra coisa semelhante. Isto foi perfeito. No entanto, sugeriram também que ela arrumasse uma pessoa de suas relações (pai, irmão etc) para dar uma “prensa” no aprendiz de stalker.
 
Neste caso, o conselho foi totalmente indevido, porque, se a ameaça se concretizasse em alguma ofensa física contra o rapaz, ele poderia processar o agressor e se tornar mais insistente ainda, e até violento para com a moça. Quem teria de providenciar algum tipo de atitude contra o rapaz seria a Polícia, mesmo assim, com muito tato, sem ele saber que a Polícia estaria no caso.
 
A coisa foi resolvida com o tempo, felizmente. Dei as devidas instruções à minha sobrinha e aconselhei-a de que, sob nenhuma hipótese, saísse com o tal rapaz, pois, certamente, no mínimo, o encontro redundaria num estupro. Esse moço, hoje, já totalmente desequilibrado mental, é um sério candidato a se tornar, no futuro, um perfeito persecutor, com prognósticos sombrios a seu respeito.
 
Para os persecutores, a lei são eles mesmos. Ameaçando-os, atabalhoadamente, só fará com que a ação criminosa terminal se concretize, isto é, o seu ataque final. As melhores maneiras de se lidar com stalkersnão são nada legais (dentro da Lei), exceto através de um profissional habilitado e autorizado. Como exemplo, forçando ao criminoso a promover um ataque à pessoa em tormento. Se isso não for bem feito, entretanto, poderá mandar a potencial vítima à cadeia. Por isso, só é recomendável lidar com persecutores através de alguém acostumado com o ‘metié’: policiais habilitados neste ramo de criminalidade, o que nem sempre é possível de se conseguir, mormente no Brasil.
 

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