Conhça o Revólver presenteado a J. Edgar Hoover, o criador do FBI
Este é o revólver S&W modelo 19, presenteado ao diretor do FBI, J. Edgar Hoover, pelo renomado colecionador de armas William Sweet. Este revólver, número de série K 333333, foi bem documentado ao longo dos anos e foi fotografado e observado em várias publicações, como Timothy Mullin "The K-Frame Revolver Volume II", Jim Supica e Richard Nahas "Catálogo Padrão de Smith & Wesson" e Roy Jinks e Sandra Kerin "Smith & Wesson, Images in America".
J. Edgar Hoover liderou o FBI por quase meio século, desde 1924 até a morte em 1972, e é responsável por moldar quase sozinho o sistema de justiça criminal dos Estados Unidos no século XX. Ele enfatizou as modernas técnicas de investigação, construiu o FBI em uma grande agência federal de combate ao crime e ganhou fama tremenda por sua posição inabalável contra o crime organizado.
Conforme verificado na carta de fabricação que acompanha, este revólver de 4 polegadas de cano com alças de empunhadura em madeira "rosewood" foi preparado na fábrica em branco ("polido e sem oxidação), enviado da fábrica em 19 de maio de 1958 e entregue a William O. Sweet da empresa Sweet Manufacturing Co., Attleboro, MA, que por sua vez apresentou ao Diretor Hoover em 26 de julho de 1958. O custo foi para a conta de publicidade da S&W, uma prática comum da fábrica em que as pessoas importantes estavam em causa.
William Sweet era o herdeiro da Sweet Manufacturing Co., uma empresa de fabricação de jóias estabelecida em 1904 por seus antepassados. Bem conhecido na fraternidade de colecionadores de armas de fogo, Sweet possuía uma extensa coleção de armas de fogo, que incluía cerca de 45 armas relacionadas com os nativos americanos e rivalizava mesmo com os melhores museus e guardava-as em sua fábrica de jóias. Ele teve laços pessoais estreitos com o chefe da divisão do FBI em Nova York, Harvey Foster, bem como com o próprio Hoover e os representantes de S& W do escalão superior, incluindo o então presidente Carl Hellstrom. Em várias ocasiões, a Foster trabalhou com a Sweet para adquirir armas especiais de apresentação fabricadas pela S&W. Sweet também foi amigo do famoso gravador de armas Alvin A. White, que viveu e trabalhou na cidade natal de Sweet em Attleboro, Massachusetts.
O revólver apresenta uma cobertura de rolagem floral gravada em um fundo pontilhado acentuado com rolos embutidos de ouro. O guarda-mato tem um fac-símile da assinatura da Hoover em ouro. O lado esquerdo da armação possui o selo do FBI em alto relevo e em ouro. O lado direito da armação tem um busto de Hoover também em alto relevo e de ouro, acima de três pedras preciosas (ou semi-preciosas) seguido da inscrição "1917/1924" em ouro. O intervalo de datas de 1917-1924 corresponde aos anos de serviço do governo Hoover antes de ser nomeado diretor do FBI.
Sem dúvidas, uma bela obra de arte!
Conheça a vida de J. Edgar Hoover, criador do FBI
J. Edgar Hoover criou o FBI e durante meio século foi a autoridade mais poderosa dos EUA. Para o bem e para o mal.
Ele conviveu com 6 presidentes ao longo de impressionantes 48 anos. À frente do Federal Bureau of Investigation, o FBI, J. Edgar Hoover (1895-1972) moldou um bom pedaço dos atuais Estados Unidos. No começo, se fez necessário. No final, dono de um arsenal de segredos de estado (e pessoais), era insubstituível. Para o advogado e historiador Kenneth Ackerman, Hoover se confundiu como poucos com a própria face do império americano em seus anos formativos, desde a 1ª Guerra até o mundo bipolar da Guerra Fria. O FBI, a polícia federal americana, foi criada e dirigida por ele a pedido do presidente Franklin Delano Roosevelt, em 1935. Só saiu do posto ao morrer.
O homem celebrado por derrotar os gângsteres da Lei Seca e vilanizado pelo ataque impiedoso a operários e defensores dos direitos civis, acaba de receber um tratamento classudo de um dos maiores nomes de Hollywood, o diretor Clint Eastwood.
Hoover começou no Departamento de Justiça, responsável por encontrar e punir estrangeiros ilegais ou que representassem uma ameaça aos EUA. Logo se tornaria chefe da recém-criada Divisão de Inteligência - onde deu ínicio aos seus famosos arquivos, com mais de 450 mil nomes de "radicais" e "simpatizantes vermelhos". "Hoover é um filho da Revolução, no sentido de que percebe imediatamente o perigo da agitação socialista e anarquista nos EUA", diz Ackerman, autor de Young J. Edgar: Hoover and the Red Scare, 1919-1920 (algo como O Jovem J. Edgar: Hoover e o Pânico Vermelho). Para Hoover, as 3 mil greves operárias e os 9 atentados terroristas a bomba de 1919 eram sinal de um grave perigo para o status quo, que estava determinado a proteger. Para o jornal The New York Times, Hoover foi a autoridade mais poderosa da história do Estado americano. "O poder exercido por Hoover foi uma confluência de teatro e política, publicidade e personalidade. Mas a base de tudo foi um extraordinário recorde de inovação e modernização do sistema de segurança pública dos EUA, principalmente na primeira década de seu reinado no FBI", escreveu o jornalista Christopher Lydon no obituário de Hoover.
O diretor do FBI foi a mais importante autoridade americana do século passado sem filiar-se a nenhum partido, sem cargo eletivo, sem seguidores fiéis. Uma pista para tamanho poder? O jornalista Russel Baker o chamou de "o traficante do medo". Comissões de inquérito no Congresso eram criadas a seu pedido e ele podia arruinar reputações e carreiras - especialmente se o político em questão estivesse envolvido em algum escândalo sexual.
A base de seu poder repousava nos arquivos secretos que detalhavam a vida de todos os personagens da política americana. Para manter-se à frente do FBI no governo de John Kennedy, usou a informação de que o presidente se encontrava regularmente com a amante do mafioso Sam Giancana. O prontuário de Martin Luther King estava repleto de nomes, endereços e até o preço de prostitutas - Jacqueline Kennedy, a primeira dama, foi informada disso.
Quando Hoover criou o FBI, as principais ameaças à segurança americana eram internas e ele usou mão de ferro para "pacificar" o país. O jovem advogado criou um serviço centralizado de identificação digital em 1925 e um laboratório de criminologia 7 anos depois, considerados marcos na modernização da polícia americana. A reforma da Academia de Polícia, em 1935, se deu com o recrutamento de profissionais com experiência em advocacia e contabilidade. Entre os novos contratados, destacou-se Clyde Tolson, seu amigo mais próximo e diretor-assistente do FBI. Ao longo da vida, Hoover enfrentou rumores, jamais confirmados, de que mantinha uma relação amorosa com Tolson - o tema é tratado no filme de Eastwood.
Hoover eletrizou o país ao declarar guerra aos gângsteres e destruir lendas-vivas, como John Dillinger e Machine Gun Kelly. Ao mesmo tempo, acabou com uma epidemia nacional de sequestros, cuja vítima mais famosa foi o filho do aviador Charles Lindbergh, um bebê sequestrado e assassinado em 1932. O assassino só foi encontrado quando todas as investigações foram centralizadas por Hoover. Em 1952, começou sua segunda cruzada, contra o que ele considerava o "perigo vermelho".
Se em seus primeiros anos ele combateu socialistas e sindicalistas e ajudou a enfraquecer o Partido Comunista, a Guerra Fria lhe caiu como uma luva - encontrava espiões soviéticos até na direção do FMI, como foi o caso de Harry Dexter White, ex-assistente-geral da secretaria do tesouro americana e mais tarde diretor-executivo da instituição financeira global. Para Ackerman, foi o começo da decadência de Hoover, obcecado pelo combate interno à União Soviética, alimentando o infame Comitê de Ações Anti-Americanas do Congresso, cujo nome mais proeminente era o do senador Joseph McCarthy. Hoover via células radicais em Hollywood e ajudou a promover as famosas listas negras, que interromperam a carreira de centenas de profissionais acusados de serem comunistas e cujo auge se deu entre 1952 e 1956. Nem Charles Chaplin escapou.
Hoover soube usar sua capacidade de articulação política para perpetuar-se no cargo. Lyndon Johnson, que ocupou a presidência depois do assassinato de Kennedy, cunhou uma frase tão precisa quanto deselegante para explicar como funcionava a estratégia de sobrevivência de Hoover: "É melhor deixá-lo fazer xixi dentro da tenda do que do lado de fora". Em 1971, uma pesquisa do Gallup, publicada pela revista Newsweek, o apontou como a figura pública mais respeitada dos EUA, com 80% de aprovação. O homem que nunca se casou ou teve filhos e ocupou a mesma sala em Washington durante toda a carreira foi considerado a face da América.
Fonte/Créditos: SALADEARMAS.COM
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