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A ESCOLHA DA PRIMEIRA ARMA - UM GUIA PARA LEIGOS

Quero comprar uma arma e não sei bem qual, o que você recomenda?

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A ESCOLHA DA PRIMEIRA ARMA - UM GUIA PARA LEIGOS
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A ESCOLHA DA PRIMEIRA ARMA - UM GUIA PARA LEIGOS

 

 

Quando as pessoas descobrem que você tem um pouco mais de conhecimento sobre assuntos relacionados a armas de fogo, logo começam a fazer perguntas mais técnicas e complexas acerca do tema, contudo, existem algumas perguntas que são sempre feitas e que merecem destaque quando o tema é arma de fogo: Quero comprar uma arma e não sei bem qual, o que você recomenda?

Por incrível que pareça, esta duvida é também muito comum entre policias, militares ou civis, já que nem sempre o agente de segurança é exatamente um conhecedor de vários modelos de armas, mas conhece muito bem apenas a arma com a qual trabalha, não tendo um contato muito frequente com demais modelos e calibres. Espero, com este texto, poder ajudar pessoas que possuem dúvida e tentarei ser menos técnico e mais claro.

Quando se fala em armas de fogo no Brasil, temos que considerar alguns aspectos específicos de nossa legislação, que limitam (e muito) o acesso a armas de fogo, o que ás vezes pode tornar a compra da primeira arma de fogo na compra da ÚNICA arma de fogo. Ignorem o que a lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento) diz em relação a quantidade de armas permitidas por pessoa, isso na prática faz com que o numero real não passe de uma única arma, então esta escolha deve ser muito bem pensada. Contrário ao que se imagina ou se vê em filmes de Hollywood, no Brasil as lojas não possuem todos os modelos em mostruário, o que torna a escolha um pouco mais complicada, logo, sobra apenas o catálogo da loja e a opinião de pessoas conhecidas como quesito de escolha de um objeto que pode determinar entre sua vida ou morte. Caso você tenha pessoas que possuem armas de fogo e que conhecem de vários modelos, é muito útil ouvir a experiência destas pessoas para fins de obter um produto de qualidade confiável e com um custo X benefício favorável.

Antes mesmo de pensar em marcas, modelos e calibres, precisamos pensar em qual vai ser o uso desta arma e em que tipo de lugar ela vai ser útil para sua segurança. Caso você more em uma casa com um quintal pequeno, por exemplo, não seria adequado se ter uma carabina do tipo Lever Action (Carabinas por ação de alavanca, exemplo da Puma e algumas carabinas da Winchester como a 1873), que costumeiramente é usada para distancias maiores por sua refinada precisão, assim como não seria a melhor escolha para proteger uma propriedade rural com área extensa, um revolver de cano curto.

Conhecer os tipos de armas é fundamental para não comprar algo que venha a se tornar um estorvo ou ate um risco ao usuário, contudo, não existem verdades absolutas sobre o uso e o “terreno específico” para cada estilo, más é interessante saber que cada tipo é mais ou menos eficiente em determinadas situações.

Revolveres

São armas que podem ter canos curtos, de duas polegadas ou canos mais longos, de até dez a doze polegadas de comprimento. Costumam ser os tipos mais simples de armas de fogo, com manuseio simples e exige quase nenhuma manutenção exceto um pouco de óleo de vez em quando. Não costumam dar falhas de funcionamento, e quando dão são coisas simples e que dificilmente não costumam demorar mais que o tempo de um apertar de gatilho para se resolver. Possuem uma capacidade de tiro que pode variar de cinco até oito tiros normalmente.

Pistolas

São armas um pouco mais complexas que os revolveres. Possuem mecanismos que permitem travas de segurança e que exigem um pouco mais de técnica para um correto manuseio sem que a própria arma acabe ferindo o atirador, sendo que nem estou falando de um disparo acidental, mas sim machucados como o fechar do ferrolho acidentalmente em alguma parte da mão, por exemplo. Podem acontecer panes com mais frequência, o que não quer dizer que a arma seja ruim, mas que todo mecanismo mecânico é passível de falha, contudo é extremamente necessário que o usuário conheça todos os tipos de panes possíveis e como sana-las o mais rapidamente possível. As pistolas costumam ter uma capacidade mais variada e maior, podendo ter de até dezenove munições por carregador.

Carabinas

São armas longas, com cano raiado e com uma precisão muito boa. Muito comuns com moradores de áreas rurais, tanto para defesa, caça ou mesmo para lazer. Existem no Brasil pouca variedade de modelos a venda deste tipo de arma, ficando os tipos variados a algumas Lever Action (estilo Winchester ou a nacional Puma) e alguns modelos semi-automáticas no calibre 22LR , de ferrolho ou de repetição. Não exigem muito conhecimento técnico, mas o correto manuseio com segurança é indispensável, pois possuem gatilhos sensíveis, característica comum de armas longas de precisão. Capacidade de tiro costuma variar entre 10 até 12 tiros.

Espingardas 

São estas as mais dinâmicas das armas de fogo. Possuem calibres variados e podem ir do mediano 36 até o destrutível 12. Podem ter diferentes tipos de cartuchos para o mesmo calibre, com diferentes tipos de chumbo e quantidade deles (um cartucho de 12 pode varias de um único chumbo até 36 chumbos mais finos), o que altera muito o uso da arma e a distância útil do tiro. A capacidade é muito variada, indo de um único cartucho, para espingardas de um cano, até sete tiros para espingardas modelo pump ou semi-automáticas. Gostaria em outro texto de escrever uma parte só para espingardas de defesa, dado a tantas características diferenciadas que este tipo de arma possui.

Munições

Retornando ao assunto referente a escolha da primeira arma, hoje vamos falar de tipos de munição e seus usos mais comuns, sempre voltado para o que encontramos no mercado nacional e nos calibres permitidos por lei para compra do cidadão comum.

Quando se fala em munições, é importante lembrar que existem muitos mitos e mentiras que rolam nas conversas de boteco vinda de supostos entendedores, como “O 22 é bom porque caminha no corpo e sempre para no coração”, ou “12 só é bom de perto” e ainda “A bala dum-dum quando entra faz um buraquinho, mas quando sai explode a pessoa”. Nem a TV escapou desses mentirosos metidos a jogadores de Call of Duty e Counter Strike que espalham as táticas dos jogos pelo mundo real das armas. Esses mitos culminaram em vários episódios da série “Mythbusters”, ou em português “Caçadores de Mitos”, que tinham seu enredo voltado para mitos sobre armas e munições. Sem ficar entrando demasiadamente em historias fantasiosas, vamos começar a falar do que realmente importa.

A ESCOLHA DA PRIMEIRA ARMA - PARTE II

 

               
Munição ogival                                          Munição de ponta oca
 
 
Das munições de revolveres e pistolas: Existem basicamente dois tipos principais, que são determinados pelo formato de sua ponta, são os projéteis ogivais e os de ponta oca (existem algumas variações, como o de ponta plana, mas que acabam agindo mais semelhante à ogival que ao outro tipo, então vamos deixar este de lado). O projétil ogival é aquele mais “clássico”, de ponta arredondada. Este projétil costuma ter ação apenas perfurante sobre o alvo, não sendo projetado para causar impacto sobre ele (o chamado Poder de Parada, que é a capacidade de passar toda a energia do disparo ao alvo, incapacitando e tirando de combate com menor número de disparos o indivíduo alvo).
 
A munição do tipo Ogival costuma ser mais barata, contudo é menos eficiente para uso na defesa pessoal. A munição do tipo Ponta Oca já age de forma diferente, ou seja, ele é feito para causar um impacto maior ao alvo e gera um efeito expansivo quando o atinge. Este projétil quando acerta algo com certa porção de água, como o corpo humano, tende a aumentar de diâmetro enquanto perfura o tecido, deixando seu calibre inicial e passando a uma massa mais larga e deformada, passando toda a energia do disparo ao alvo. Este tipo de munição não é feita para atravessar uma pessoa, mas sim para fazer ela absorver o impacto e é tão eficiente que todas as forças policiais do Brasil usam, pela sua eficiência em combate a curta e média distância e por ser capaz de tirar o oponente de combate com menos disparos.

Em suma temos então: Munição ogival = perfuração e pouco poder de parada, e Munição Ponta Oca = pouca perfuração e muito poder de parada.

O vídeo abaixo apresenta um disparo de 380 ACP com projétil Ogival (Mais perfuração e menos impacto)
 

 


Já este outro vídeo mostra um disparo de 380 ACP com projétil Ponta Oca (menos perfuração e mais impacto)

 

 


OBS¹: Considerem que carabinas (no Brasil) costumam ter suas munições cambiáveis com revolveres, logo, essa explicação também se aplica a este tipo de arma.

 

 Das munições de espingardas

Diferentes tipos de munição calibre 12GA

 

As espingardas são as armas de fogo mais dinâmicas. Apesar de terem seus projetos oriundos do final do século XIX e derivadas das armas de antecarga (de carregar pela boca), elas ainda são muito usadas para defesa residencial, caça e uso policial. As cargas de munições de espingarda podem ter variáveis numerosas, tendo modelos com chumbos pequenos e numerosos dentro de um único cartucho, ou um único chumbo, porém, pesado e grosso. Cada tipo de munição tem uma peculiaridade específica, sendo útil para determinadas situações e menos útil em outras (ou até totalmente ineficientes). Basicamente tenhamos como regra que munições com múltiplos chumbos tendem a espalhar sua área de acerto na relação: QUANTIDADE DE CHUMBOS VS DISTÂNCIA, ou seja, quanto maior a distância mais o feixe de bagos de chumbo se espalha, tornando mais difícil o acerto de forma eficiente e / ou letal.

Cartuchos com chumbos múltiplos e maiores seguem a mesma regra, mas costumam acertar o alvo com mais energia, logicamente pelo seu tamanho. Cartuchos de um único projétil são mais úteis a distâncias maiores, como 20 a 30 metros (ou mais), contudo necessita uma pontaria maior. O poder de parada deste tipo de munição costuma variar muito da distância do tiro e do tipo de munição, mas em distâncias de até 10 metros são muito superiores no quesito energia e letalidade do que as demais munições antes citadas.

Este vídeo mostra o efeito de vários tipos diferentes de cargas de chumbo usados em uma espingarda de calibre 12. Vídeo perfeito para se ver os diferentes tipos de munições e seus efeitos em gelatina balística.

 

 


Estranhamente, as munições de espingardas costumam ser mais baratas em relação as de revólveres e pistolas, apesar de seu tamanho ser maior e robustez mais elevada, contudo não se pode dizer que sejam baratos. Quando falamos de armas de fogo e seus insumos, no Brasil, nada é barato, já tenham isto em mente. Infelizmente as políticas de desarmamento tornaram tudo muito caro e pouco acessível, o que torna a lei da oferta e procura desinteressante para quem gosta de armas e de praticar tiro.

Enfim, é também necessário saber um pouco sobre os efeitos balísticos para saber exatamente se o tipo de arma de fogo que se pensa em adquirir é realmente adequado ao que se pensa em fazer com a arma, tão logo comece a pesquisar sobre o assunto e veja que quanto mais se aprende, mais se descobre novas ramificações de assuntos…Praticamente uma bola de neve!

OBS²: Gostaria de lembrar a todos que este artigo foi escrito para leigos, logo, não entramos em muitos detalhes sobre diferentes tipos de munição, seus calibres, acessórios, tipos variados de armas nem nada, pois, discorrerei sobre isso em um artigo futuro.


 

 

Fonte/Créditos: Firearmsbrasil

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